Qual A Diferença Entre Judeus E Hebreus | Judeu E Israelense É A Mesma Coisa?! O Que Quer Dizer Judeu, Israelita, Hebreu E Israelense? 181 개의 가장 정확한 답변

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Shalom e bem vindos de volta ao ‘Israel com a Aline’
Hoje vamos responder as perguntas:
Judeu e israelense é a mesma coisa?
Qual a diferença de judeu e israelense?
Quem são os israelenses?
Quem são os israelitas?
Quem são os hebreus?
O que é ser judeu?
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Você sabe qual é a diferença entre “hebreu”, “israelita” e …

A corrente que consero correta diz que o termo hebreu se refere aos descendentes de Eber (“עֵבֶר”, em hebraico). O capítulo 10 de Gênesis fala dos …

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Date Published: 11/10/2021

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Qual a diferença entre Hebreus, Judeus e Israelitas?

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Date Published: 9/28/2021

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Hebreu ou Judeu – Dicionário inFormal

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Diferença entre Hebreus, Judeus e Israelitas | Estudos Bíblicos

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Hebreus – Só História

Os hebreus são conhecos como israelitas ou judeus. Antepassados do povo judeu, os hebreus têm uma historia marcada por migrações e pelo monoteísmo.

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Date Published: 3/13/2021

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Judeu e Israelense é a mesma coisa?! O que quer dizer judeu, israelita, hebreu e israelense?
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  • Author: Israel com a Aline
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  • Date Published: 2020. 12. 17.
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Qual e a diferença entre os judeus e os hebreus?

Os hebreus são conhecidos como israelitas ou judeus. Antepassados do povo judeu, os hebreus têm uma historia marcada por migrações e pelo monoteísmo. Muitas informações sobre a história dos hebreus baseiam-se na interpretação de textos do Antigo Testamento, a primeira parte da Bíblia.

Porque os hebreus passaram a ser chamados de judeus?

A palavra “judeu” originalmente era usada para designar aos filhos de Judá, filho de Jacó, posteriormente foi designado aos nascidos na Judeia. Depois da libertação do cativeiro da Babilônia, os hebreus começaram a ser chamados de judeus.

Quando os hebreus passam a ser chamados de judeus?

A primeira referência aos hebreus ocorre por volta de 1200 a.C., no reinado do Faraó Merneptah. Nessa época, algum povo conhecido como “israelitas” já habitava a região da Palestina no Oriente Próximo.

Quem são os povos hebreus?

Os hebreus eram um povo da Antiguidade que, segundo a narrativa bíblica, teria suas origens na Mesopotâmia. Os hebreus migraram para Canaã, supostamente por um chamado de Deus, e depois de um tempo no Egito teriam penetrado lentamente na região.

Qual e a religião do povo hebreu?

Judaísmo é o nome da religião desse povo. Os hebreus eram monoteístas e cultuavam a Javé. A sua religião estava baseada nos Dez Mandamentos, escritos por Deus nas Tábuas da Lei e entregues a Moisés, no Monte Sinai.

Qual e a crença dos judeus?

Surgido da religião mosaica, o judaísmo, apesar de suas ramificações, defende um conjunto de doutrinas que o distingue: a crença em YHWH como criador e Deus e a eleição de Israel como povo escolhido para receber a revelação da Torá, que seriam os mandamentos deste Deus.

Por que os hebreus são chamados de filhos de Israel?

“Era este o nome dado aos membros da família de Abrão, um patriarca que se estabeleceu em Canaã, na época em que ainda não existiam judeus”, afirma. Segundo ele, um dos netos deste patriarca se chamava Israel e, por conseguinte, seus descendentes foram chamados de israelitas.

Qual e a origem dos judeus?

Os hebreus são de origem semita (povos que surgiram na Ásia, descendentes de Noé). Segundo a Bíblia, os hebreus, em razão da seca (fome), migraram para o Egito (ficando 400 anos), onde foram escravizados pelos egípcios. A civilização hebraica, liderada por Moisés, retornou à Canaã (Êxodo).

Porque os hebreus jogavam terra na cabeça?

Em sinal de luto por Num, Arão rasga as vestes e joga areia na cabeça.

Quem são os hebreus hoje em dia?

Quem é o povo hebreu nos dias de hoje? Os hebreus são conhecidos como israelitas ou judeus. Antepassados do povo judeu, os hebreus têm uma historia marcada por migrações e pelo monoteísmo.

Qual o nome do faraó que escravizou o povo hebreu?

O destinatário era Ramsés II, o provável faraó do Êxodo.

O que e fé hebreus 11 1?

1 Ora, a afé é o firme bfundamento das coisas que se cesperam, e a prova das coisas que não se veem. 2 Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho. 3 Pela fé, entendemos que os mundos foram acriados pela bpalavra de Deus, de maneira que aquilo que se vê não foi feito daquilo que é visível.

Qual e o modo de vida dos hebreus?

Os hebreus ainda viviam uma vida de seminomadismo e tinham um contato frequente com os cananeus, povos originários da região. Esse contato fez com que muitos hebreus adotassem a adoração de Javé, o deus hebraico, mas de outros deuses também, como El, um deus cananeu.

Quais são as principais características do povo hebreu?

Os hebreus eram profundamente marcados pela religião, de modo que todo o seu universo girava sob as regras dela. Eram monoteístas (tinham apenas um Deus), o que os diferenciava destacadamente pelo fato das demais civilizações ao seu redor acreditarem em vários deuses, sendo, assim, politeístas.

Como era a cultura do povo hebreu?

Os hebreus foram um dos primeiros povos a cultuar um único deus, isto é, eram monoteístas. No judaísmo, religião professada pelos hebreus, o único deus é Javé, cuja imagem não pode ser representada em pinturas ou estátuas. O judaísmo é baseado nos Dez Mandamentos supostamente revelados a Moisés no monte Sinai.

Qual e a diferença entre os judeus e os cristãos?

“Os cristãos acreditam que Jesus é o Messias. Ele já veio e, um dia, voltará. Nós, judeus, reconhecemos que Jesus foi um rabino que disseminou uma mensagem muito positiva de amor e respeito ao próximo, mas não o consideramos o Messias. Para nós, o Messias ainda não chegou”, esclarece o rabino Michel Schlesinger.

Quem são os famosos judeus no Brasil?

12 Famosos Descendentes Judeus Sefarditas
  • 1- Ayrton Senna (1960- 1994) …
  • 2- Beth Carvalho (1946 – 2019) …
  • 3- João Belchior Marques Goulart (1919 – 1976) …
  • 5- Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987) …
  • 6- Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (1927 – 1994) …
  • 4- Lygia Fagundes da Silva Telles. …
  • 7- Francisco Buarque de Hollanda.

Hebreus

Hebreus

Os hebreus são conhecidos como israelitas ou judeus. Antepassados do povo judeu, os hebreus têm uma historia marcada por migrações e pelo monoteísmo.

Muitas informações sobre a história dos hebreus baseiam-se na interpretação de textos do Antigo Testamento, a primeira parte da Bíblia. O Antigo testamento foi escrito com base na tradição oral dos hebreus. Consta dele, por exemplo, a interpretação feita por esse povo da origem do mundo e de muitas das normas éticas e morais de sua sociedade. Convém ressaltar, entretanto, que esses textos são repletos de símbolos e sua interpretação é bastante difícil.

Vestígios da sociedade hebraica continuam sendo encontrados. Eles contribuem para lançar novas luzes sobre a história dos hebreus.

Segundo a tradição, Abraão, o patriarca fundador da nação hebraica, recebeu de Deus a missão de migrar para Canaã, terra dos cananeus, depois chamada de palestina, onde se localiza hoje a Estado de Israel.

Após passarem um período na terra dos cananeus, os hebreus, foram para o Egito, onde viveram em 300 e 400 anos, e acabaram transformados em escravos. Sua historia começa a ganhar destaque a partir do momento em que resolvem sair do Egito e, sob a liderança de Moisés, voltar a Canaã. Na história judaica, esse retorno é chamado de êxodo e aconteceu entre 1300 e 1250 a.C.

Em 70 d.C., a Palestina era uma província do Império Romano; as muitas rebeliões ocorridas na região levaram o governo imperial a expulsar os hebreus da Palestina. Esse acontecimento é denominado de diáspora. Até 1948, quando foi fundado o estado de Israel, os judeus viveram sem pátria, atualmente são os palestinos que não tem pátria, pois suas terras foram tomadas pelos israelenses.

Praticam a agricultura, o pastoreio, o artesanato e o comércio. Têm por base social o trabalho de escravos e servos. As tribos são dirigidas de forma absoluta pelos chefes de família (patriarcas), que acumulam as funções de sacerdote, juiz e chefe militar. Com a unificação destas, a partir de 1010 a.C., elegem juízes para vigiar o cumprimento do culto e da lei. Depois se unem em torno do rei. Produzem uma literatura dispersa, mas importante, contida em parte na Bíblia e no Talmude.

Localização

A Palestina localizava-se em uma estreita faixa a sudoeste do atual Líbano. O rio Jordão divide a região em duas partes: a leste a Transjordânia; e a oeste, a Cisjordânia. Essa região é atualmente ocupada pelo estado de Israel.

Até hoje a região é bastaste árida. O principal rio é o Jordão, e assim mesmo não era suficiente para grandes obras de irrigação. Um solo pouco fértil e um clima bastante seco impediam que a região fosse rica. No entanto, tinha bastante importância, pois era passagem e ligação entre a Mesopotâmia e a Ásia Menor. E foi nessa região que assentou o povo hebreu, um entre os muitos que vagaram e se estabeleceram na Palestina.

Organização social e política dos hebreus

Após a morte de Moisés, os hebreus chegaram à palestina e, sob a liderança de Josué, que cruza o rio Jordão, combate com os cananeus que então habitavam a terra prometida. Vencidos os cananeus, os israelitas se estabelecem na Palestina. Nessa época, o povo hebreu estava dividido em 12 tribos (“os doze filhos de Israel”), que viviam em clãs compostos pelos patriarcas, seus filhos, mulheres e trabalhadores não livres.

O poder e prestígio desses clãs eram personificados pelo patriarca, e os laços entre esses clãs eram muito frágeis. Porém, devido às lutas pelas conquistas de Canaã ou Terra Prometida, surgiu necessidade do poder e do comando estar nas mãos de chefes militares. Estes chefes passaram a ser conhecidos como Juizes.

Com a concentração do poder em suas mãos, os juizes procuraram à união das doze tribos, pois ela possibilitaria a realização do objeto comum: O domínio da Palestina. As principais lideranças deste período foram os juizes: Sansão, Otoniel, Gideão e Samuel, todos eram considerados enviados de Jeová, para comandar os Hebreus.

A união das doze tribos era difícil de ser conseguida e mantida, pois os juizes tinham um poder temporário e mesmo com a unidade cultural, (língua, costumes, e, principalmente religião), havia muita divisão política entre as tribos. Assim foi preciso estabelecer uma unidade política. Isto foi conseguido através da centralização do poder nas mãos de um monarca, Rei, o qual teria sido escolhido por Jeová para governar.

Judeus – Wikipédia, a enciclopédia livre

Nota: “Judia” redireciona para este artigo. Para outros significados, veja “Judia” redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Judia (desambiguação) ou Judeu (desambiguação)

Um judeu (em hebraico: יְהוּדִי; romaniz.: Yehudi; no singular; יְהוּדִים, Yehudim, no plural; em ladino: ג׳ודיו, Djudio, sing.; ג׳ודיוס, Djudios, pl.; em iídiche: ייִד, Yid, sing.; ייִדן, Yidn, pl.) é um membro do grupo étnico e religioso originado nas Tribos de Israel ou hebreus do Antigo Oriente. O grupo étnico e a religião judaica, a fé tradicional da nação judia, são fortemente inter-relacionados, sendo que as pessoas convertidas ao judaísmo são incluídas neste grupo, enquanto judeus convertidos para outras religiões são excluídos deste conceito.

Os judeus ao longo dos séculos foram alvo de uma longa história de perseguições em várias terras, resultando numa população que teve frequentemente sua distribuição demográfica alterada ao longo dos séculos. A maioria das autoridades coloca o número de judeus entre 12 e 14 milhões, representando 0,2% da atual população mundial estimada.[13] De acordo com a Agência Judia para Israel, no ano de 2007 havia 13,2 milhões de judeus mundialmente; 5,4 milhões (40,9%) em Israel, 5,3 milhões (40,2%) nos Estados Unidos, e o resto distribuído em comunidades de vários tamanhos no mundo inteiro.[2] Esses números incluem todos aqueles que se consideram judeus se afiliados ou não e, com a exceção da população judia de Israel, não inclui aqueles que não se consideram judeus ou que não são judeus por halachá. A população total mundial judia, entretanto, é difícil de medir. Além das considerações haláhicas, há fatores seculares, políticos e identificações ancestrais definindo quem é judeu e que aumentam o quadro consideravelmente.[2] Mais precisamente, segundo os censos divulgados nas enciclopédias Britannica e Mirador (Barsa) (edições 1957, 1960, 1967), logo após a segunda grande guerra, de sua totalidade, restaram apenas 200 mil indivíduos.

Professor judeu em Samarcanda , no Uzbequistão . Foto de cerca de 1905 a 1915.

A palavra “judeu” originalmente era usada para designar aos filhos de Judá, filho de Jacó, posteriormente foi designado aos nascidos na Judeia.[14] Depois da libertação do cativeiro da Babilônia, os hebreus começaram a ser chamados de judeus. A palavra portuguesa “judeu” se origina do latim judaeu e do grego ioudaîos. Ambas palavras vêm do aramaico, יהודי, pronuncia-se “iahude”. O primeiro registro do vocábulo em português foi no ano de 1018.[15]

Palavras etimologicamente semelhantes são usadas em outras línguas, tais como jew (inglês), jude (alemão), jøde (dinamarquês), يهودي ou yahudi (árabe). No entanto, variações da palavra “hebreu” também são usadas para designar um judeu, como acontece em ebreo (italiano), еврей ou yevrey (russo), εβραίος ou εvraios (grego moderno) e evreu (romeno). Em turco, a palavra usada é musevi, derivada de Moisés.

Judeus e judaísmo [ editar | editar código-fonte ]

Ver artigo principal: Ver artigo principal: História judaica

A origem dos judeus é tradicionalmente datada para aproximadamente 2 000 a.C. na Mesopotâmia, quando a destruição de Ur e da Caldeia forçou a população a imigrar para outros lugares. A família de Abraão estava entre aqueles que estavam imigrando para a Assíria.[16] Abraão é considerado o fundador do judaísmo.[17]

A Estela de Merneptá, datada para 1 200 a.C., é um dos mais antigos registros arqueológicos do povo judeu na Terra de Israel, onde o judaísmo, a primeira religião monoteísta, se desenvolveu. De acordo com relatos da Bíblia, os judeus desfrutaram períodos de autodeterminação primeiramente sob juízes bíblicos de Otniel até Sansão. Depois, em aproximadamente 1 000 a.C., Rei Davi estabeleceu Jerusalém como a capital do Reino Unido de Israel e Judá, também conhecido como a Monarquia Unida, e de lá reinaram as Doze Tribos de Israel.

Em 970 a.C., Salomão, o filho do Rei Davi, tornou-se rei de Israel.[18] Dentro de uma década, Salomão começou a construir o Templo de Jerusalém conhecido como o Primeiro Templo. Depois da morte de Salomão (em 930 a.C.),as doze tribos se dividiram e as dez tribos do norte criaram o Reino de Israel. Em 722 a.C., os Assírios conquistaram o Reino de Israel e expulsaram os judeus, começando a Diáspora judaica. Num tempo de mobilidades e jornadas limitadas, os judeus se tornaram os primeiros e mais visíveis imigrantes. Naquele tempo, como hoje, os imigrantes eram tratados com suspeitas.

O período do Primeiro Templo acabou em 586 a.C. quando os Babilônicos conquistaram o Reino de Judá e destruíram o Templo de Jerusalém. Em 538 a.C., depois de 50 anos de Cativeiro Babilónico, o rei persa Ciro II permitiu que os judeus regressassem para reconstruir Jerusalém e o templo sagrado. A construção do Segundo Templo foi completada em 516 a.C. durante o reino de Dario I, setenta anos após a destruição do Primeiro Templo.[19][20] Quando Alexandre, o Grande conquistou o Império Persa, a Terra de Israel ficou sob controle helenístico e depois sob controle da Dinastia ptolomaica que depois o perdeu para o Império Selêucida. A tentativa dos selêucidas de reformar Jerusalém como uma polis helenística chegou ao máximo em 168 a.C. com a bem sucedida revolta dos Macabeus de Matatias o Sumo Sacerdote e os seus cinco filhos contra Antíoco IV Epifânio, e o estabelecimento deles do Reino Hasmoneu em 152 a.C. com Jerusalém novamente como sua capital.[21] O Reino Hasmoneu durou mais de cem anos, mas quando o Império Romano se fortaleceu ele instalou Herodes como um “rei freguês” judeu, ou seja, aquele que governa um estado satélite (estado independente que tem muita influência de um outro país). O Reino de Herodes também durou cem anos. O fato de os judeus serem derrotados na Grande Revolta Judaica em 70 d.C., a primeira das Guerras judaico-romanas, e na Revolta de Barcoquebas em 135 contribuiu para os números e a geografia da diáspora, pois uma grande parte da população judaica da Terra de Israel foi exilada e muitas pessoas foram vendidas como escravos por todo o Império Romano. Desde então, judeus começaram a morar em quase todo os países do mundo, principalmente na Europa e Oriente Médio, sofrendo discriminação, preconceito, opressão, pobreza e até genocídio (veja: anti-semitismo, Holocausto). Houve períodos, todavia, de prosperidade cultural, econômica e individual em vários locais, como em Alandalus e na Haskalá.

Até o final do século XVIII, os termos judeus e aderentes do judaísmo eram praticamente sinônimos, e o judaísmo era a principal ligação entre os judeus, independentemente do grau de aderência de cada um. Após o Iluminismo e sua contraparte judaica Haskalá, uma gradual transformação ocorreu durante a qual muitos judeus declarassem ser membros da nação judaica não implicava ter aderido à sua fé.

O substantivo hebreu “Yehudi” (plural Yehudim) originalmente se referia-se à tribo de Judá.[22] Depois, quando o Reino de Israel se separou do Reino da Israel Meridional, o Reino de Israel do Sul começou a se referir pelo nome de sua tribo predominante, ou como o Reino de Judá. O termo originalmente se referia aos membros do reino meridional, embora o termo B’nei Yisrael (Os filhos de Israel, ou israelitas) fosse ainda usado para os dois reinos. Depois que os assírios conquistaram o reino setentrional, deixando o reino meridional como o único estado israelita, a palavra Yehudim gradualmente torna-se o principal vocábulo ou termo usado para se referir às pessoas que se aderiram à fé judaica, ao invés de somente às pessoas do Reino de Judá. A palavra portuguesa judeu é no final das contas derivada da palavra Yehudi (veja: Etimologia). A primeira utilização desta palavra no Tanakh (Bíblia Hebraica ou Velho Testamento) para referir-se às pessoas da fé judaica está no Livro de Ester.

Quem são os judeus [ editar | editar código-fonte ]

A pergunta “quem são os judeus?” gera um debate político, social e religioso entre os diversos grupos judaicos sobre quem pode ser considerado como tal.

O povo judeu não pode atualmente ser reduzido a sendo somente religião, raça ou cultura, porque ultrapassa seus limites conceituais aceites. Reduzi-lo a qualquer um desses pontos seria mero reducionismo, pois ele é na verdade uma miscelânea das três, dando espaço a várias interpretações do que é ser judeu e, especialmente, quem é judeu. Interpretações essas que dependem de qual é a sua tradição religiosa (ortodoxa, conservadora, reformista, caraíta) e do espaço geográfico onde se encontram (sefarditas, asquenazitas, persas, norte-africanos, indianos etc.) (ver etnias judaicas).

Na história recente ocidental, e consequentemente na história judaica, uma revolução conceitual levou o judaísmo e o povo judeu a um tempo de grandes mudanças estruturais. A essa revolução, a história deu o nome de Iluminismo (em hebraico: השכלה; Haskalá). Nesse período histórico, os antigos grupos religiosos detentores de tradições milenares observaram o nascimento de uma geração que via na criação de grupos com novas formas de pensar a possibilidade de saída de seus guetos milenares, não somente no plano físico, mas também mental e filosófico. Por vezes esses novos grupos distanciaram-se da velha ligação do judeu com a religião judaica-mãe, porém sem nunca perder a sua chama interna de identidade, sentimento esse que é o ponto de aproximação de todos os judeus e a mais importante linha para a complexa continuação da nação que é, hoje, esse povo.

Assim, com a inserção de novas filosofias no seio do judaísmo, díspares concepções surgiram sobre as questões básicas da tradição judaica. E obviamente cada grupo desenvolveu suas discussões de como se definir uma resposta sensata à pergunta constante: “Quem é judeu?”. Essa definição de resposta se deu, em sua maioria, sob duas linhas gerais: Pessoa que tenha passado por um processo de conversão ao judaísmo ou pessoa que seja descendente de um membro da comunidade judaica.

Contudo, esses dois assuntos são repletos de divergências. Quanto às conversões, existem divergências principalmente sobre a formação dos tribunais judaicos responsáveis pelos atos. Isso faz com que pessoas convertidas através de um tribunal judaico reformista ou conservador não sejam aceitas nos círculos ortodoxos e seus rabinos que exigem um tribunal formado somente por rabinos ortodoxos, pois entendem serem outros rabinos incapazes de fazer o converso entender a grandeza da lei que está tomando sobre si. Por outro lado, o judaísmo reformista e conservador, acusa os ortodoxos de fazerem exigências absurdas, não mais se preocupando com a essência do ser judeu e sim, com regras e rigidez desnecessária.

Já quanto a descendência judaica, a divergência aparece na definição de quem viria a linha judaica, se matrilinearmente, patrilinearmente ou ambas as hipóteses. A primeira é a majoritária, sendo apoiada pelo judaísmo rabínico ortodoxo e conservador. Essa tese têm força e raio de ação maiores por ser adotada pelo Estado de Israel, além de grande parte das comunidades ao redor do mundo. Porém, a patrilinearidade é defendida pelo judaísmo caraíta e os judeus Kaifeng da China, grupos separados dos grandes centros judaicos e que desenvolveram sob tradições diferentes com base em costumes que remontam a vários séculos passados. Por último, existe a tese que ambos os pais podem dar ao filho a condição de judeu que é defendida pelo judeus reformistas que em março de 1983 por três votos a um reconheceu a validade da descendência paterna mesmo que a mãe não seja judia desde que a criança seja criada como judeu e se identifique com a fé judaica.

Questões de como atitudes e comportamentos podem abalar a identidade judaica, também entram na discussão. Como por exemplo se um judeu que faz tatuagens ou que nega sua religião ou ascendência, pode continuar sendo considerado como tal. Apesar de um judeu necessariamente não ter que seguir o judaísmo, as autoridades religiosas geralmente enfatizam o risco da assimilação do povo judeu ao abandonar os mandamentos e tradições do judaísmo. Porém defende-se que não importa a geração ou ações futuras de pai ou mãe, o judaísmo e o consequente “ser judeu” é um direito natural da criança.

Atualmente, estima-se que exista, ao redor do mundo, uma população[23] judaica de aproximadamente 13 milhões de pessoas, concentradas principalmente nos Estados Unidos e em Israel.

Ver artigo principal: Ver artigo principal: Etnias judaicas

século XIX ou começo do século XX Judeus chineses, fim doou começo do

Dentro da população judaica do mundo, que é considerada um grupo étnico, há divisões étnicas distintas, a maioria sendo o resultado das ramificações geográficas da população Israelita, e subsequentemente de independentes evoluções.

Várias comunidades judaicas foram estabelecidas por colonos judeus em muitos lugares ao redor do Velho Mundo, muitas vezes bem distantes de outras assim resultando num quase permanente ou às vezes permanente isolamento de outras comunidades judaicas. Durante o milênio das diáspora judaicas as comunidades se desenvolveram sob as influências políticas, culturais, naturais e populacionais de seus ambientes locais. Atualmente, manifestações dessas diferenças entre as divisões étnicas judaicas podem ser observadas nas expressões culturais judaicas de cada comunidade, na diversidade linguística judaica e nas mesclas entre as populações judaicas.

Historicamente, as divisões étnicas entre judeus foram divididas em dois principais grupos: os asquenazes (em hebraico: אַשְׁכֲּנָזִים; Ashkenazim), ou “alemães” (Ashkenaz significando “Alemanha” em hebraico medieval, denotando suas origens da Europa Central), e os sefarditas (ספרדים; S’faradim), ou “espanhóis” (S’farad significando “Espanha” ou “Ibéria” em hebraico, denotando suas origens espanholas e portuguesas).[24] Os mizrahim, ou “orientais” (Mizrach significando “Oriente” em Hebraico), isto é, judeus médio-orientais, centro-asiáticos, caucasianos e norte africanos, podem constituir um terceiro grupo principal e os Teimanim (em hebraico: תֵּימָנִים; Teimanim) ou “iemenitas (Teiman significando “Iêmen” em hebraico, mas representa os judeus também de Omã) podem formar um quarto.[25]

Judeus indianos, cerca de 1900

Grupos judaicos menores incluem os judeus indianos incluindo os Bene Israel,[25] Bnei Menashe, Judeus Malabar e Bene Efraim; os Romaniotas da Grécia;[25] os Italkim ou Bené Romada Itália; diversos judeus africanos, incluindo mais numerosamente os Beta Israel da Etiópia;[25] e os judeus chineses, mais notavelmente os judeus de Kaifeng, como também outras mas atualmente extintas comunidades.

As divisões entre todos esses grupos são duras e suas fronteiras não são sólidas. Os mizrahim, por exemplo, são uma coleção heterogênea de comunidades judaicas norte-africanas, centro-ásiaticas, caucasianas e médio-orientais que são frequentemente tanto não relacionados um ao outro como são para qualquer dos grupos judaicos anteriormente citados. Em uso moderno, porém, os mizrahim são chamados de sefaraditas[25] por causa de estilos similares de liturgia, apesar de independentes evoluções dos sefarditas. Assim, entre Mizrahim há judeus iraquianos, judeus egípcios, judeus bérberes, judeus libaneses, judeus curdos, judeus líbios, judeus sírios, judeus bukharan, juhurim.[25] judeus georgianos,[25] abayudaya[25] e vários outros. Os Teimanim do Iêmen e Omã são às vezes incluídos, embora seu estilo de liturgia seja único e eles se diferenciem em respeito às mesclas encontradas entre eles e as mesclas encontradas nos mizrahim.[25] Além disso, há uma diferenciação feita entre as preexistentes comunidades judaicas médio-orientais e norte-africanas como distintas dos descendentes dos emigrantes sefarditas que se estabeleceram na Europa, no Oriente Médio e no Norte da África depois da expulsão dos judeus da Espanha pelos Reis Católicos em 1492[26] e alguns anos depois da expulsão decretada em Portugal.[25]

Apesar dessa diversidade, os judeus asquenazitas representam a maioria do moderno povo judeu, com aproximadamente 80%[25] dos judeus mundialmente (e até quase 92% antes da Segunda Guerra Mundial e Holocausto).[26] Como resultado de sua emigração da Europa durante as épocas de guerra, os asquenazitas também representam a maioria esmagadora dos judeus nos continentes do Novo Mundo e em continentes anteriormente sem nativos judeus, como no Brasil, no Uruguay, na Argentina,[27] nos Estados Unidos, no Reino Unido,[28] no Canadá, na Austrália, na África do Sul,[29] entre outros lugares. Na França, a emigração de mizrahim do Norte de África levou eles a serem de maior número que os preexistentes judeus europeus. Somente em Israel a população judaica representa todos os grupos, independente da proporção de cada grupo dentro da população judaica mundial.

Evidência de DNA [ editar | editar código-fonte ]

Um estudo publicado pela National Academy of Sciences descobriu que, “Os resultados suportam a hipótese de que o conjunto genético paternal das comunidades judaicas da Europa, da África do Norte e do Oriente Médio descenderam de uma população ancestral comum médio-oriental, e sugerem que a maioria das comunidades judaicas permaneciam relativamente isoladas de comunidades vizinhas não judaicas durante e depois da diáspora.”[30] Os pesquisadores ficaram surpresos com a extraordinária uniformidade genética que eles descobriram entre judeus modernos, não importa para onde a diáspora os tenha espalhado pelo mundo. Contradizendo a teoria do “mestiço”, o DNA demonstrou consideravelmente menos inter-casamentos entre judeus durante os últimos 3 000 anos que o achado em outras populações.

“Os resultados concordam com a história e tradição dos judeus e refutam teorias como aquelas que afirmam que as comunidades judaicas consistem principalmente de conversos de outras fés, ou que eles descendem dos cazares, uma tribo turca medieval que adotou o judaísmo”.[31]

Além disso, “A análise proveu testemunhas genéticas que essas comunidades guardaram, até um nível extraordinário, suas identidades biológicas afastadas das nações onde elas se hospedaram, evidência de relativamente poucos inter-casamentos ou conversões para o judaísmo durante os últimos séculos”.[31] E outra descoberta, paradoxal mas não surpreendente, é que pelo parâmetro do cromossomo Y, as comunidades judaicas do mundo são bem relacionadas aos sírios e aos palestinos.[32] Esse estudo descobriu que, “A extrema semelhança das populações judias e não judias médio-orientais observadas … suporta a hipótese de uma origem médio-oriental comum,”[30] como faz o DNA mitocondrial de pelo menos 40% da atual população asquenazita.[33] Então, embora os cazares possam possivelmente ter sido absorvidos na população judia mundial moderna como a conhecemos hoje, é improvável que eles tenham formado uma porcentagem significante de ancestrais de judeus modernos.[34]

Análises de DNA também determinaram que os judeus modernos descendentes dos Cohanim, a tribo sacerdotal, dividem um ancestral comum em Israel datando para 3 000 anos atrás, 1 700 anos mais velho que a conversão dos cazares ao judaísmo. Esse resultado é consistente para todas as populações judias ao redor do mundo.[35]

“Usando a combinação de genética molecular e análises matemáticas, os cientistas chegaram numa estimada data para o mais recente ancestral comum dos Cohanim contemporâneos. De acordo com essa análise, o ancestral comum vivia entre o êxodo (aprox. 1 000 a.C.) e a destruição do Primeiro Templo (586 a.C.), consistente com os relatos bíblicos. Resultados similares foram obtidos baseados em analises de comunidades tanto sefarditas quanto asquenazitas, confirmando a ligação ancestral das suas comunidades que ficaram separadas por mais de 500 anos”.[36] “Para datar o sumo sacerdote original, a equipe de pesquisa usou uma fórmula baseada numa taxa de mutação geralmente aceita. Essa fórmula proveu 106 gerações para judeus asquenazitas e sefarditas, ou entre 2 650 e 3 180 anos, dependendo se uma geração é contada como 25 ou 30 anos”.[36]

A explicação biológica evidente para ambos os fenômenos (diversidade de judeus e semelhança com a população onde vivem) é a miscigenação, que tomou formas diferentes em situações históricas diversas: casamentos mistos, proselitismo em grande escala, guerras e pogroms constantemente acompanhados de estupro (legalizado ou tolerado).

A crença de que, apesar desses dados estatísticos, haveria um tipo judaico facilmente reconhecível baseia-se, em grande parte – embora não inteiramente -, a diversas concepções equivocadas. Ela não leva em consideração o fato de que os traços considerados tipicamente judaicos, se comparados aos povos nórdicos, deixam de ser tão evidentes num contexto mediterrâneo. Igualmente, parece ignorar o impacto do ambiente social sobre o físico e a aparência individuais. Além disso, confunde herança biológica com herança social.

Há, entretanto, certos traços hereditários que caracterizam um determinado tipo de judeu contemporâneo. À luz da genética demográfica moderna, eles podem ser atribuídos, em grande parte, aos processos que agiram, durante séculos, nas condições de segregação do gueto: endogamia, desvio genético, pressões seletivas. Essas últimas agiram de diversas maneiras: por seleção natural (por exemplo, através de epidemias), por seleção sexual e, com menos certeza, por seleção dos traços de caráter que favorecem a sobrevivência no interior do gueto.

Além disso, a hereditariedade social, por condicionamento durante a infância, agiu como poderoso fator de formação, mas também de deformação.

Cada um desses processos contribuiu para a geração do “tipo do gueto”. No período pós-gueto, ele foi se diluindo aos poucos. Quanto à composição genética e à aparência física da população da época pré-gueto, quase nada sabemos. No contexto da concepção apresentada neste livro, essa “população original” era predominantemente turca, misturada, numa medida desconhecida, a elementos palestinos arcaicos e outros. Nem temos como dizer quais desses assim chamados traços típicos, como o “nariz judeu”, constituem o produto de uma seleção sexual no interior do gueto ou a manifestação de um determinado gene tribal “persistente”. Tendo em vista que aquela conformação especial das narinas é frequente entre povos árabes semitas e raras entre povos brancos caucasianos, temos um indicador a mais que vem sublinhar o papel dominante desempenhado pela “décima terceira tribo” (Khazares) na história biológica dos judeus.[37]

Estado de Israel [ editar | editar código-fonte ]

Ver artigos principais: Israelenses Ver artigos principais: Israel

Israel, o estado-nação judeu, é o único país onde os judeus são a maioria dos cidadãos.[38][39] Israel foi estabelecido como um estado democrático e independente em 14 de maio de 1948.[3] Dos 120 membros em seu parlamento, a Knesset,[40] atualmente 12 membros são árabes israelenses, a maioria representando os partidos políticos árabes e um juiz da Suprema Corte é um árabe palestino.[41] Entre 1948 e 1958, a população judaica cresceu de 800 000 para 1 milhão.[42] Atualmente, os judeus são 76,4% da população israelense, ou 5 433 842 milhões de cidadãos.[3] O começo do estado de Israel foi marcado pela imigração em massa de sobreviventes do Holocausto e de judeus fugindo de terras árabes.[43] Israel também tem uma grande população de judeus etíopes, a maioria que foi trazida para Israel nos fins dos anos 80 e no começo dos 90.[44] Durante os anos 70, 160 mil imigrantes chegaram da União Soviética, quase metade de todos os imigrantes que chegaram em Israel naquela época.[45] Esse período também teve um aumento de imigrantes da Europa Ocidental, da América Latina e dos Estados Unidos.[46] Entre 1948 e 1995, alguns imigrantes de outras comunidades também chegaram, incluindo imigrantes da Índia, Líbia ou África do Sul, entre outros[47] Entre 1948 e 2007, imigraram para Israel 3 053 799 pessoas.[48] Alguns judeus emigraram de Israel para outros lugares por causa de problemas financeiros ou por causa do clima político e do conflito Árabe-Israelense. Emigrantes israelenses judeus são conhecidos como “yordim” (aqueles que descem [de Israel]; o opósito é “olim”, ou aqueles que sobem [para Israel]).

Ver artigo principal: Ver artigo principal: Diáspora judaica

As ondas de imigração para os Estados Unidos e para outros lugares na viragem para o século XIX são resultado de várias causas, incluindo os pogroms na Rússia, o genocídio dos judeus europeus durante o Holocausto e a fundação do Estado de Israel (e subsequente êxodo judaico de países árabes). Tudo isso resultou nas mudanças dos centros populacionais do povo judeu no final do século XX.

Nesse cartão comemorativo de Rosh Hashana do começo da década de 1900, judeus russos, com malas na mão, observam seus parentes americanos os acenando do lado ocidental. Mais de dois milhões de judeus fugiram dos pogroms do Império Russo para a segurança dos Estados Unidos entre 1881 e 1924.

Atualmente, a maior comunidade judia no mundo depois de Israel é os Estados Unidos, com 5 165 019 judeus. Em outros lugares na América, há também populações significativas de judeus no Canadá, na Argentina e no Brasil, e menores populações no México, no Uruguai, na Venezuela, no Chile e em vários outros países.

A maior população judaica da Europa Ocidental e terceira maior população judaica mundialmente pode ser encontrada na França, com 490 000 judeus, a maioria que são imigrantes ou refugiados de países árabes norte-africanos como a Argélia, Marrocos e Tunísia (ou seus descendentes). Existem 295 000 judeus no Reino Unido. Há aproximadamente 356 700 judeus vivendo nos 15 países que pertenciam à antiga União Soviética, a grande maioria situada na Europa Ásia.[5] A comunidade judaica que está mais crescendo mundialmente, fora de Israel, é a da Alemanha. Milhares de judeus do antigo Bloco de Leste se estabeleceram na Alemanha desde a queda do Muro de Berlim.[49]

Nos países árabes do Norte da África e do Oriente Médio existiam por volta de 900 000 judeus em 1945. Por causa do anti-sionismo[50] depois da fundação de Israel, perseguições sistemáticas forçaram quase todos esses judeus a fugirem para outros lugares. Aproximadamente 600 000 foram para Israel enquanto os outros 300 000 foram para a Europa, América ou Austrália. Aproximadamente 8 000 judeus vivem atualmente nas nações árabes.[51] De acordo com o American Jewish Year Book, o Irã tem por volta de 10 700 judeus,[5] enquanto a Revista 18 aumenta esse número para 25 mil.[52]

Antes de 1979, o país tinha por volta de 100 000.[53] Depois da revolução de 1979, alguns judeus iranianos emigraram para Israel ou Europa, mas a maioria imigrou (com seus compatriotas não judeus) para os Estados Unidos (especialmente Los Angeles).[54]

Fora da Europa, Ásia e América, existem significativas populações de judeus na Austrália e na África do Sul.

Mudanças na população [ editar | editar código-fonte ]

Desde pelo menos o tempo dos gregos antigos, uma proporção de judeus se assimilou na sociedade gentia ao redor deles, por escolha ou por os força, parando assim de praticar o judaísmo e perdendo as suas identidades judaicas. Algumas comunidades judaicas, como por exemplo os judeus de Kaifeng, na China, desapareceram completamente, mas a assimilação permaneceu relativamente baixa durante o último milênio, porque frequentemente não deixavam os judeus se integrar nas sociedades onde eles viviam. O advento do Iluminismo judaico, ou Haskalá, no fim do século XVIII e a subsequente emancipação das populações judaicas da Europa e América no século XIX, mudou a situação, permitindo aos judeus cada vez mais participar e ser membro de uma sociedade secular. O resultado foi uma crescente tendência de assimilação, conforme judeus se casam com cônjuges gentis e param de participar em comunidades judaicas. Taxas de casamentos entre religiões variam muito: No Estados Unidos, elas são pouco menos de 50%,[55] no Reino Unido, por volta de 50%, na Austrália e México, tão baixo quanto 10%[56][57] e na França, podem ser tão altos quanto 75%. Nos Estados Unidos, somente cerca de um terço das crianças de casamentos entre religiões se afiliam com práticas religiosas judaicas. O resultado é que a maioria dos países na diáspora tem populações judias religiosas estáveis ou diminuindo um pouco conforme os judeus continuam a assimilar os países onde eles vivem.

Guerra contra os judeus [ editar | editar código-fonte ]

Por toda a história, muitos governadores, impérios e nações oprimiram suas populações judaicas ou tentaram eliminá-las completamente. Métodos utilizados estenderam-se de expulsão para total genocídio; dentro das nações, frequentemente a ameaça desses métodos extremos era suficiente para silenciar a oposição. A história do antissemitismo inclui a Primeira Cruzada que resultou no massacre dos judeus; a Inquisição espanhola (liderada por Tomás de Torquemada) e a Inquisição portuguesa, com suas perseguições e autos-de-fé contra os cristão-novos e marranos; os massacres cossacos de Bohdan Khmelnytsky na Ucrânia; os pogroms apoiados pelos Tsars russos; como também as perseguições da Espanha, Portugal, Inglaterra, França, Alemanha e outros países onde os judeus se estabeleceram. A perseguição atingiu o pico na Solução final de Adolf Hitler, que levou ao Holocausto e o genocídio de aproximadamente 6 milhões de judeus de 1942 para 1945.

De acordo com James Carroll, “Os judeus consistiam por volta de 10% da população total do Império Romano. Por essa relação, se outros fatores não interferissem, haveria uns 200 milhões de judeus no mundo hoje, ao invés de algo como 13 milhões”.[58] Existem vários fatores demográficos complexos envolvidos; a taxa de crescimento populacional, migração, assimilação e conversão afetaram muito o tamanho da atual população judaica.

Israel é o único país com uma população judaica consistentemente crescendo por causa de crescimento populacional natural, embora as populações judaicas de outros países na Europa e América do Norte recentemente cresceram por causa de imigração. Nas diáspora, em quase todo país a população judaica em geral é ou diminuindo ou estável, mas comunidades ortodoxas e haredim, cujos membros frequentemente evitam o controle de natalidade por razões religiosas, sofreram um crescimento populacional rápido.[59]

Judeus ortodoxos e conservadores desencorajam converter não judeus, mas muitos grupos judaicos tentaram estender a mão para as comunidades judaicas assimiladas da diáspora para aumentar o número de judeus. Além disso, enquanto no princípio o judaísmo reformista favorece a busca de novos membros para a fé, essa posição não significa proselitismo ativo, em vez disso adotando a forma de um esforço de estender a mão para cônjuges não judeus de judeus. Também há uma tendência de movimentos Ortodoxos que procuram os judeus seculares para lhes dar uma identidade judaica mais forte para que haja menos chance de casamento entre judeus e não judeus. Como resultado dos esforços por estes e outros grupos judaicos durante os últimos vinte e cinco anos, houve uma tendência de judeus seculares que ficaram mais religiosamente observantes, conhecidos como o movimento Baal Teshuva, mas as implicações demográficas da tendência são desconhecidas. Adicionalmente, há um crescente movimento de conversão ao judaísmo por gentios que tomaram a decisão de caminhar na direção de se tornarem judeus.

Ver artigo principal: Ver artigo principal: Línguas judaicas

O hebraico é a língua litúrgica do judaísmo (chamado de lashon ha-kodesh, “a língua sagrada”), a língua em que as Escrituras Hebraicas (Tanakh) foram escritas, e o idioma falado diariamente entre as pessoas judias por séculos. No século V a.C., o aramaico, uma língua relacionada, se juntou ao hebraico como o idioma falado na Judeia.[60] No século III a.C., os judeus da diáspora estavam falando grego e 70 eruditos judeus até traduziram a Torá para o grego por causa de falta de alfabetização em hebraico dentro das comunidades judaicas.[61] O hebraico moderno é atualmente um dos dois idiomas oficiais do Estado de Israel, junto com o árabe.

Eliezer Ben Yehuda

O hebraico foi reconstituído como um idioma falado por Eliezer ben Yehuda, que chegou na Palestina em 1881. O idioma não era usado como uma língua materna desde tempos dos Tanaim.[60] Por mais de dezesseis séculos o hebraico foi usado quase exclusivamente como uma língua litúrgica, e como o idioma no qual a maioria dos livros sobre judaísmo foram escritos, com poucos falando somente hebraico no Shabat.[62] Por séculos, os judeus mundialmente falavam a linguagem local ou dominante das regiões para onde eles migraram, geralmente desenvolvendo formas distintas de dialetos ou ramificando-se para línguas independentes. O iídiche é uma língua judeu-alemã desenvolvida pelos asquenazes que migraram para a Europa Central; o ladino é uma língua judeo-espanhola desenvolvida pelos judeus sefarditas que migraram para a Península Ibérica. Por causa de muitos fatores, incluindo o impacto do Holocausto sobre a judiaria europeia, o êxodo judaico de terras árabes e a frequente emigração de outras comunidades judaicas ao redor do mundo, línguas judaicas antigas e distintas de diversas comunidades, incluindo o gruzínic, o judeo-árabe, o judeo-bérbere, o krymchak, o judeo-malaiala e muitos outros, saíram de uso.

Os três idiomas mais geralmente falados entre judeus hoje são o hebraico moderno, o inglês e o russo. Algumas línguas românicas, como o francês e o espanhol, também são amplamente usados.[63]

Ver artigo principal: Ver artigo principal: Cultura judaica

O judaísmo guia seus aderentes em ambos hábito e fé, e foi chamado não somente de religião, mas também de um “estilo de vida”,[64] assim fazendo difícil traçar uma clara diferença entre judaísmo, cultura judaica e identidade judaica.

Por toda a história, em lugares e épocas diversas tanto quanto o mundo antigo heleno, na Europa antes e depois do Iluminismo (veja: Haskalá), em Alandalus, na África do Norte e no Oriente Médio, na Índia e na China, ou nos contemporâneos Estados Unidos e Israel, o fenômeno cultural desenvolveu que os judeus podem ser caracteristicamente judeus sem serem de nenhuma maneira especificamente religiosos. Alguns fatores nisso vêm de dentro do judaísmo, outros da interação de judeus ou comunidades específicas de judeus em seus arredores, outros das dinâmicas culturais e sociais dentro da comunidade, em oposição a religião em si mesma. Esse fenômeno levou a culturas judaicas consideravelmente diferentes únicas para suas próprias comunidades, cada uma tanto autenticamente judaica quanto a próxima.

História dos judeus [ editar | editar código-fonte ]

Ver artigo principal: Ver artigo principal: História judaica

Judeus e migrações [ editar | editar código-fonte ]

Entalhe da expulsão dos judeus de Frankfurt no dia 23 de agosto 1614. O texto diz: “1380 pessoas velhas e jovens foram contadas à saída do portão”

Por toda a história judaica, os judeus foram repetidamente diretamente ou indiretamente expulsos de suas terras natais originais ou das áreas onde eles estavam residindo. Essa experiência como ambos imigrantes e emigrantes desenvolveu a identidade judaica e prática religiosa em muitas forma, e deste modo são elementos importantes da história do povo judeu. Uma lista com algumas dessas migrações inclui:

Referências

Hebreus – Wikipédia, a enciclopédia livre

Nota: Se procura pelo livro bíblico, veja Se procura pelo livro bíblico, veja Epístola aos Hebreus

Os antigos hebreus (etnônimo possivelmente oriundo do termo hebraico Éber, ou עברים, transl.ʿIvrim, significando “povo do outro lado do rio”) foram um povo semítico da região do Levante, localizado no Oriente Médio. O etnônimo também foi utilizado a partir do período romano para se referir aos judeus, um grupo étnico e religioso de ascendência hebraica. Acredita-se que, originalmente, os hebreus chamavam a si mesmos de israelitas, embora esse termo tenha caído em desuso após a segunda metade do século X a.C.. Os hebreus falavam uma língua da família cananeia, à qual se referiam pelo nome de “língua de Canaã” (Isaías 19:18).[1] Esse povo, apagado pela grandeza de estados muito maiores, tecnologicamente avançados e mais importantes politicamente,[2] foi responsável, contudo, pela composição dos livros que compõem a Bíblia, obra considerada sagrada por religiões monoteístas ocidentais e orientais.

Os hebreus foram um dos primeiros povos a cultuar um único Deus,[carece de fontes] isto é, a professar uma religião monoteísta.

Na crença dos hebreus, o único Deus não pode ter Sua imagem representada em pinturas ou estátuas, o que caracteriza idolatria. Essa crença é a origem das três maiores religiões monoteístas do mundo.[3]

O nome “hebreus” vem do hebraico “Ivrim”, que significa “povo do outro lado do rio”. O livro de Gênesis, capítulo 10, a partir do versículo 21 diz que Noé gerou a Sem; este gerou a Arfaxade, que gerou Salá, que gerou Éber; este gerou a Pelegue, que gerou Reú, que gerou Serugue, que gerou Naor, que gerou Terá, que então gerou a Abrão (que significa “pai de Aram”, mais tarde tendo seu nome mudado pra Abraão, que significa “pai de muitos povos”), sendo este considerado um dos três patriarcas do povo de Israel, sendo Isaque e Jacó ambos os outros.

Os antigos hebreus como objeto histórico e historiográfico [ editar | editar código-fonte ]

Os desafios referentes à escrita da história dos antigos hebreus são, em primeiro lugar, desafios historiográficos. Questões tais quais os tratamentos das fontes, a natureza das fontes, a maneira de interpretar os dados e as concepções inerentes ao processo de redação dessa história são as mais discutidas recentemente. As fontes para a história dos antigos hebreus, por exemplo, são as mais diversas possíveis: documentos escritos (a Bíblia sendo, de longe, a fonte mais rica de informações escritas, embora não a única), epigrafia, iconografia, arqueologia, línguas, etc.

Tradicionalmente, a história dos hebreus antigos foi (e em alguns meios ainda é) recontada a partir de um viés unicamente bíblico, mais ou menos crítico, seguindo o modelo: patriarcas, escravidão no Egito, êxodo, conquista, Império, exílio. Essa prática está associada a perspectivas religiosas e a uma concepção de história, típica do princípio do século XIX, na qual o documento escrito era considerado mais relevante que outras fontes. Sob esta perspectiva teórica, a cultura material era empregada como mero instrumento ilustrativo. Ademais, nessa época, as interpretações dos dados assumiam fortes conotações nacionais e políticas, uma vez que a institucionalização da História estava estreitamente vinculada ao processo de organização de identidades nacionais. Por conseguinte, muitas interpretações da história hebraica incorporaram elementos anacrônicos do nacionalismo judaico. Diversas escolas historiográficas surgidas desde o fim do século XIX até o começo do século XXI (como os Annales) contribuíram para redefinir essas práticas, focando em fatores sociais, econômicos, demográficos, culturais, etc. e utilizando novos métodos e novos documentos.

A escrita da história dos antigos hebreus segue, portanto, uma série de métodos próprios do campo da História. Os primeiros autores a aplicar o método crítico à Bíblia hebraica, tratando-a como um documento histórico, foram W. de Wette[4] e Julius Wellhausen,[5] ainda no século XIX. Wellhausen criou uma tese extremamente popular entre os biblistas, conhecida como “Hipótese Documentária”, onde argumentava que a Bíblia havia sido redigida por diversos grupos e, mais tarde, editada. Segundo o historiador, as fontes originais do Pentateuco poderiam ser divididas em quatro grupos: Javista (J), Elohísta (E), Deuteronomista (D) e Sacerdotal (P, do inglês Priestly). Essas diferenças foram encontradas pela análise das repetições, dos anacronismos, dos relatos duplicados, do estilo da escrita, entre outros aspectos do texto bíblico.[6]

Yahweh (Jeová) em grafite hebraico do século VIII a.C. com inscrição: “Eu te abençoou por Yahweh (Jeová) de Samaria e sua Asherah

Paralelamente ao desenvolvimento da crítica bíblica, os estudos arqueológicos jogaram nova luz sobre o contexto de composição da bíblia, isto é, o Oriente Próximo. Embora a princípio a assiriologia tenha nascido apenas como uma ciência auxiliar para o estudo do Antigo Testamento, a partir da decodificação das línguas orientais antigas se tornou muito mais difícil a manutenção dessa abordagem. De acordo com Trolle Larsen, “Inconsistências foram logo encontradas, onde as evidências estavam em desacordo com a Bíblia hebraica”, sendo estas problemas de cronologia e narrativa; contudo, “ as questões ficaram mais complicadas quando as composições textuais assírias e babilônicas pareceram mostrar próximas ligações com as histórias da Bíblia Hebraica”.[7] Um dos principais debates da época girou em torno do tablete do dilúvio, parte do épico de Gilgamesh, que continha uma história extremamente semelhante ao dilúvio bíblico, só que muito mais antiga. O cientista Friedrich Delitzsch, tratando de questões como esta, foi o primeiro a acenar para o fato de que a Bíblia, afinal, tinha profundas raízes na tradição mesopotâmicas. Os estudos comparativos são, hoje, uma das formas mais comuns de abordagem crítica da Bíblia.[8][9]

Essa mudança permitiu que os dados arqueológicos não fossem mais unicamente instrumentos de “comprovação” ou “negação” da Bíblia, mas documentos em si mesmos, passíveis de informar sobre temas diferentes daqueles abordados pelas escrituras hebraicas. Nos vinte últimos anos, muitos arqueólogos têm optado por escrever histórias dos hebreus completamente alheias ao texto bíblico,[10] embora a maior parte tente fazer uso de todos os documentos possíveis, sem privilegiar um ou outro. Após a publicação de “Orientalism” por Edward Said – obra de grande impacto acadêmico que demonstra como a representação do Oriente na Europa foi responsável por caracterizar os asiáticos como “inferiores”, “sem história” e “amorais” num contexto de expansão imperial – alguns autores ressaltaram a existência de um tratamento enviesado da academia em relação aos estudos bíblicos nos termos do orientalismo.[11] Entre estes autores está Whitelam, que considera o Israel antigo uma construção ideológica que transmite para a antiguidade a realidade dos Estados Nacionais, inexistente até os oitocentos. A importação do orientalismo para os estudos bíblicos (e arqueológicos) sobrevalorizou o período de ocupação hebraica da Palestina, ignorando os antigos habitantes cananeus/palestinos da região.[12] Recentemente, os estudos acerca dos antigos hebreus têm se multiplicado e, junto deles, cada vez mais abordagens têm se popularizado. O uso da arqueologia forneceu importantes dados nos últimos anos, inclusive ajudando a contextualizar os documentos bíblicos. Thomas Thompson, por exemplo, percebeu em seus estudos que as narrativas dos patriarcas não correspondiam a realidades do segundo milênio antes de Cristo, como até então se pensava, mas que diziam respeito a uma realidade muito posterior.[13] Autores como Philip Davies aprofundaram as análises de termos como “Israel”, demonstrando que seu uso na Bíblia possui sentidos que variam consideravelmente.[14] Especialistas como Christa Schäfer-Lichtenberger, Niels Lemche e Israel Finkelstein acenderam um grande debate em torno da historicidade de um grande reino davídico-salomônico no século X a.C..[15] Recentemente, William G. Dever afirmou que “Aparece com clareza suficiente que todas as histórias do Antigo Israel são agora obsoletas… No que me concerne, meu próximo livro será uma história do Israel Antigo escrita em grande parte sem recurso à Bíblia hebraica, fundamentada na maior parte do tempo sobre os ricos dados arqueológicos que possuímos hoje”.[16] A hipótese documentária não foi abandonada, mas tem sido reinterpretada à luz de novos dados apresentados por Van Seters e H. Schimid.

Diversas formulações teóricas foram levantadas nos últimos anos em relação ao tratamento das fontes na reconstrução da história dos hebreus. Algumas críticas por parte de autores como Hans Bastard, por exemplo, defendem uma postura menos positivista em relação à Bíblia, onde os textos não sejam encarados a partir de uma oposição “absoluta” entre mito e história, mas como narrativas literárias (onde esses elementos se misturam) – uma abordagem semelhante à de Navarrete Linares no caso das fontes mesoamericanas.[17] No que diz respeito à historicidade da Bíblia isoladamente, fala-se em escolas “maximalistas” e “minimalistas”, que conferem aos relatos diferentes níveis de fiabilidade histórica.[18] No entanto, as divergências entre esses autores têm se reduzido imensamente nos últimos anos.[19]

A primeira referência aos hebreus ocorre por volta de 1200 a.C., no reinado do Faraó Merneptah. Nessa época, algum povo conhecido como “israelitas” já habitava a região da Palestina no Oriente Próximo. As tradições hebraicas mais antigas sobre suas origens, como o gênesis da Bíblia, falam de certos patriarcas (Abraão, Isaque, Jacó) que teriam iniciado a linhagem dos hebreus. As origens dos povos hebreus, de acordo com a história de gênesis, são situadas na mesopotâmia (a cidade de Ur). A figura de Abraão provavelmente indica a forma de organização sócio-econômica desses primeiros povos: pastores seminômades organizados em pequenos grupos. Abraão é também, de acordo com especialistas, um epônimo para uma tribo pastora atestada na Palestina central no século XIII. Segundo alguns especialistas, uma análise comparativa e o estudo dos anacronismo na narrativa de gênesis sugere que a história da migração de Abraão para Canaã é um mito que espelha um acontecimento tardio, isto é, o retorno dos judeus “exilados” na babilônia após a derrota para o Império Caldeu. Acompanhado de sua mulher Sara e seu sobrinho Ló, Abraão é tido como responsável pela primeira ocupação hebraica de Canaã. Seus descendentes apenas abandonariam essa terra, seguindo para o Egito, após uma seca intensa.[20] Essa história parece ter sido uma forma de sustentar uma anterioridade histórica para a ocupação hebraica do território no período do retorno.[21] Os patriarcas hebreus são lembrados como responsáveis pelos primeiros pactos com Deus.[22][23] Alguns especialistas remarcaram que “os profetas (e os textos) pré-exílicos não conhecem Abraão e usam em geral o termo “pais” para se referir à geração do êxodo”.[21] Por motivos como este, “a maioria dos estudiosos compreende-os como reflexos mais indiretos de eventos históricos, como representantes de tribos antes que de indivíduos”.[24] Não obstante, muitos arqueólogos e historiadores concordam que o gênesis é um relato em larga medida mítico e, sobretudo, marcado pela época de sua composição.[24][25][26] Abraão deu origem a Isaac e a Jacó (ou Israel), e os doze descendentes de Jacó deram origem Às doze tribos de Israel.

Problemas de datação do Gênesis [ editar | editar código-fonte ]

O conteúdo do livro que trata dos patriarcas, o Gênesis, é de difícil datação. A questão de sua autoria já havia sido colocada por Wellhausen no século XIX, que dividiu a composição do livro entre diferentes grupos e épocas. Os especialistas acreditam que o relato foi escrito tardiamente, no período da monarquia ou mais tarde.[27] O anacronismo mais conhecido no livro de Gênesis é a referência aos filisteus (gênesis 21:34).[28] Essa referência ajuda a datar o relato bíblico, já que os filisteus apenas chegaram à região a partir de 1200 a.C..[29] Além disso, a cidade de Gerar, citada como capital dos filisteus era um agrupamento minúsculo no período dos patriarcas, que só se torna uma vila forte por volta do ano 700 a.C..[30] Para mais, a bíblia se refere aos líderes filisteus como “reis”, embora apenas num estágio tardio os filisteus tenham estabelecido esse título.[31] Outros anacronismos incluem a menção aos arameus (que só chegaram à região no final do século X a.C.), à cidade de Dan (gênesis 14:14) e à Ur dos caldeus (gênesis 11:28), todos inexistentes no panorama da época. Não existe, por exemplo, evidência para a ocupação de Edom antes do século 8 a.C.[32] As referências à Lídia, a Kittim[33] e a Nínive também são vistas como altamente anacrônicas.[34] Portanto, o relato dos patriarcas das fontes (J) e (D) no Gênesis foi provavelmente desenvolvido por volta de 700 a.C..

O episódio do Êxodo se refere a um episódio Bíblico de acordo com o qual os judeus, escravizados no Egito, teriam conseguido fugir da terra estrangeira, retornando à sua terra de origem, Canaã, sob a liderança de Moisés. Os relatos bíblicos falam que a família de Jacó, um dos patriarcas, teria partido da terra colonizada por Abraão até o Egito devido a uma seca. Lá, encontrando-se com seu familiar José, que teria ascendido a uma posição de importância dentro do governo do faraó, teriam se instalado por alguns anos.[35] Não existe, contudo, nenhuma evidência extra-bíblica para este episódio.

Para harmonizar as fontes arqueológicas com as fontes escritas, alguns historiadores sustentam que “apenas alguns do povo de Israel estavam no Egito e o grupo vindo do Egito então teria se juntado a outros grupos para formar o que foi conhecido como Israel”.[36] No entanto, os egiptólogos estão de acordo de que a imagem dum Egito escravista não é coerente com o Egito da época, onde não havia escravidão. Para Donald B. Redford, os números de judeus envolvidos no êxodo são por demais extravagantes. As escavações intensivas realizadas nas regiões pelas quais os hebreus teriam passado em seu trajeto de migração não fornecem nenhum dado arqueológico de assentamento humano na época do Êxodo, e o relato bíblico cita cidades que só existiram muito tempo mais tarde.[37] O Êxodo era considerado um evento central na história hebraica, regularmente comemorado pelos hebreus.

David Roberts representa os hebreus deixando o Egito

De acordo com as fontes bíblicas, Moisés era um hebreu que tinha sido criado na corte egípcia, após ser resgatado de uma cesta à deriva no Nilo. Moisés é, com efeito, um nome de origem egípcia. Após guiar seu povo por cerca de três meses, Moisés teria acampado nas proximidades do Monte Sinai, onde se restabeleceu um pacto entre Yahweh (Javé), o Deus nacional, e os hebreus, sob a mediação de Moisés.

Evidências externas à Bíblia apontam para uma ocupação hebraica contínua da Cananeia, de forma que Moisés pode não ter existido.[38] Não existe evidência arqueológica para corroborar a existência de Moisés.[39][40] Nenhuma fonte egípcia ou assíria antiga que faça referencia às figuras bíblicas antes de 850 a.C. foram encontradas.[41] Muitos acadêmicos, contudo, preferem não descartar a possibilidade da existência de figuras bíblicas, embora reforcem que todas elas são construções literárias.[42]

A religião hebraica [ editar | editar código-fonte ]

De acordo com os relatos bíblicos, o pacto realizado entre hebreus e seu Deus no Sinai impôs alguns deveres aos homens, ligados ao culto de sua deidade. Assim como muitos povos no Oriente Próximo, os hebreus acreditavam que os nomes revelassem a natureza intrínseca de indivíduos e deuses. Essa concepção de mundo explica a proibição da vocalização do nome de seu Deus em alguns livros de leis.

Por intermédio de Moisés, os hebreus renovaram um pacto com Deus iniciado no período dos patriarcas, e prometeram cumprir suas leis em troca de proteção. Os historiadores apontam para esse pacto como uma representação dos acordos políticos de vassalagem no Oriente Próximo Antigo.[43] As ordens de Yahweh (Jeová) são formuladas na forma de dez mandamentos. A Bíblia Hebraica traz duas versões dessas ordens, em Êxodo (Êxodo 20:1-17) e em Deuteronômio (Deut. 5:6-21). Um dos exemplos da transformação dessas leis ao longo do tempo é a obrigação do Sabbah, associado ao descanso divino no sétimo dia em Êxodo 20:8-11,[44] enquanto em Deuteronômio 5:12-15[45] o mandamento é vinculado ao episódio da fuga do Egito.

Origens da Religião de Israel [ editar | editar código-fonte ]

Os estudiosos perceberam um vínculo estreito existente entre a religião dos primeiros hebreus e seus antepassados imediatos, os cananeus. Após a descoberta de documentos escritos em Ugarit, uma civilização antiga anterior a Israel, os estudiosos têm compreendido cada vez mais os documentos hebraicos. Os hebreus “emprestaram” o nome de sua deidade nacional, El, dos antigos habitantes de Canaã. Mesmo alguns salmos e outros temas da literatura hebraica parecem ter sido assimilados pelos hebreus a partir da cultura cananeia, uma vez que os atributos do El hebraico são exatamente os mesmos que o do Deus de Ugarit.[46][47] A literatura bíblia associa com frequência Yahweh (Jeová) a El (Gen. 14:18-20, 33:20, Exod. 6:3, etc.). Alguns deuses como Baal e Asherah, de origem cananeia, eram louvados pelos hebreus antigos e, ao que tudo indica, esse culto era visto como igualmente legítimo. Estudiosos que têm demonstrado maior interesse pela religião popular de Israel apontam para a existência do culto a Asherah, entre outras questões.[48][49] Os hebreus foram um dos primeiros povos a cultuar um único Deus, isto é, eram monoteístas. No judaísmo, religião professada pelos hebreus, o único Deus é Javé (Jeová), cuja imagem não pode ser representada em pinturas ou estátuas.

A Conquista de Canaã [ editar | editar código-fonte ]

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A conquista de Canaã é de vital importância para a história judaica. É com essa conquista que os hebreus deixaram de ser um povo nômade, para se tornar um povo com uma terra. Essa região se tornaria, na tradição posterior, o elemento de união deste povo, já que teria sido dada pelo próprio Deus.

No entanto, além da teoria religiosa da ocupação (conforme vista no Livro de Josué), de acordo com a qual os hebreus teriam invadido a região de forma belicosa, há diversas outras teorias históricas para explicar como os hebreus conquistaram Canaã e como deixaram seu estado tribal para assumir uma identidade nacional. O desenvolvimento dessas teorias está vinculado, sobretudo, à ausência de evidência arqueológica para a tese da invasão militar, além dos anacronismos e das incoerências internos ao texto bíblico.[50] Um dos problemas, como afirma o arqueólogo Pierre de Miroschedji, é a menção, no relato da conquista, de cidades que não existiam por volta de 1250 a.C.. As cidades da região também não apresentam registros de destruição.

Teoria da ocupação pacífica de Canaã – Essa teoria, defendida por Albrecht Alt, Martin Noth, Manfred Weippert, Siegfried Hermann, Yohanan Aharoni e outros, sustenta que a conquista de Canaã processou-se através de diversas correntes de imigração de grupos (que depois seriam unidos na época da monarquia israelita), das regiões inabitadas entre as cidades-estados cananeias. As batalhas eram travadas apenas quando havia confrontos entre esses grupos e as cidades cananeias.

Teoria da revolta – Essa teoria, defendida por George E. Mendenhall e Norman K. Gottwald, sustenta que o termo hebreu não se refere a um conjunto étnico, mas a uma situação de separação entre grupos de pessoas e a sociedade cananita. Mendenhal diz que camponeses revoltados contra a sociedade cananita, unidos através de um movimento religioso baseado na fé javista, transcenderam as religiões tribais e, com isso, puderam realizar entre si uma aliança de solidariedade entre iguais.

Teoria da evolução pacífica e gradual – Essa teoria, desenvolvida a partir da teoria da revolta, concentra-se no problema de se estabelecer uma distinção clara entre os cananitas e os israelitas, já que seus padrões étnicos e culturais eram semelhantes, e apenas mais tarde, depois de muitos anos, se diferenciaram.

Segundo a tradição bíblica, o período posterior à ocupação de Canaã foi dominado pelo governo de indivíduos conhecidos como Juízes. A principal fonte histórica para esse período é o livro bíblico de juízes, onde se conhece a história de certos líderes militares (Débora, Gideão, Otoniel, Sansão, etc.) cujos atos são relembrados de forma heróica pelos hebreus. O livro também apresenta uma versão destoante da conquista de Canaã, de perspectiva judaíta. É difícil, contudo, escrever uma história contínua desse período, uma vez que ele apresenta diversos problemas cronológicos, muitas vezes atribuídos a sua edição deuteronomista.[51][52] Sobre a historicidade do período, enquanto alguns autores falam em “procurar a verdade por trás dos textos”,[53] levando em consideração sua orientação teológica, outros listam anomalias e anacronismos buscando refutar sua validez[54]

Filisteus e a Monarquia Única: Saul e Ishbaal (1026-1000 a.C.) [ editar | editar código-fonte ]

A ocupação hebraica do território é gravemente abalada com as invasões dos povos filisteus por volta de 1180 a.C., que se insere no contexto da invasão dos povos do mar no Oriente Próximo. Os filisteus não só teriam desafiado os hebreus, como teriam mesmo conseguido capturar a Arca de Yahweh (Javé) durante a batalha de Ebenezer se saindo ilesos, muito embora esse sacrilégio fosse punido com morte instantânea na ideologia hebraica (2 Samuel 6:6-7).

Parece que, diante dos ataques dos Filisteus, os hebreus tiveram necessidade de se unir em torno de uma figura política mais forte. Samuel, um profeta célebre, teria consagrado rei um homem chamado Saul, da tribo de Benjamim. O rei passou grande parte de seu governo perseguindo os filisteus. Saul Desobedeceu a Deus , então Deus pediu para Samuel Ungir um novo Rei , que é Davi.

Saul se lançou sobre sua própria espada após uma campanha fracassada contra os Filisteus.

Seu quarto filho, Ishbaal, assume o governo no lugar do pai por alguns anos, tendo que enfrentar as contestações de Davi. Por fim, é assassinado, abrindo lugar para a ascensão deste último.

Ver artigo principal: Ver artigo principal: Direito hebraico

O direito hebraico é um direito religioso, ou seja, seu direito é algo dado por Deus. Dessa forma, o direito era considerado algo imutável e que só poderia ser alterado por Deus, cabendo então aos rabinos apenas a interpretação, mas não a sua modificação.[55]

Após o cerco realizado pelo rei da Babilônia, Nabucodonosor, em 586 a.C., que teve como resultado diversos hebreus conquistados como escravos, tem-se, então, um ponto de partida para a formação de um novo direito hebraico, oral, devido a necessidade dos hebreus de terem como afirmarem sua cultura ao entrarem em contato com diferentes povos, que também possuiriam fortes e diferentes culturas (como no caso dos romanos, gregos e persas). Dessa forma, inicia-se um processo na Babilônia que teria fim apenas 900 anos mais tarde. Assim, é criado a primeira codificação oral do direito hebraico, sendo nomeada de Michná, realizada pelo último dos Tanaim em 192 d.C. Dividida em seis diferentes partes, essa codificação é organizada de forma que a primeira, a terceira e a quarta parte, constituem, comparados aos dias de hoje, como o corpo do Direito Civil. A primeira parte tratava sobre as leis rurais e propriedade imobiliária; a terceira, sobre o direito matrimonial e o divórcio; e, a quarta, acabava por tratar das obrigações civis, usura, danos à propriedade, sucessão, organização dos tribunais, processo, etc.[56]

Davi e Salomão, ou o Reino Unido (1000 – 924 a.C.) [ editar | editar código-fonte ]

O momento da história hebraica particularmente louvado pelos livros sagrados é o período dos reinados de Davi e Salomão, tidos como reis exemplares. Davi escolheu Jerusalém como capital para seu reino, e organizou a cidade como um grande centro religioso. De acordo com as fontes bíblicas, Davi teria estendido seu domínio por sobre alguns reinos vizinhos, como Ammon, Moab e Edom.

Quando Davi ficou velho, Bathsheba e outros tentaram convencê-lo a escolher como sucessor o filho Salomão. Salomão governou, de acordo com a Bíblia hebraica, como um rei sábio. Teve 700 mulheres e 300 concubinas. Ele também deu continuidade ao projeto de seu pai , que era a construção de um Templo arquitetado pelo próprio Deus.

Historicidade de Davi e Salomão [ editar | editar código-fonte ]

A despeito do relato bíblico, os estudiosos não acreditam que tenha havido um grande reino hebreu no período dos reinados de Saul, Davi e Salomão, mas que esses líderes foram engrandecidos devido a uma projeção de período posterior.[57] Exageros já haviam sido notados, por exemplo, nos números de 2 Samuel 24:9, que fariam do exército de Davi numericamente próximo da população da capital austríaca (1,3 milhão de homens).[52] Como afirma Joseph Blenkinsopp, “o registro bíblico fala em termos brilhantes das conquistas de Davi e Salomão, mas a realidade foi provavelmente mais modesta; e é necessário ter em mente que nenhuma fonte daquele tempo se refere, mesmo de passagem, a qualquer um dos dois reis ou ao Grande Israel que eles haviam criado”[58] De acordo com historiadores como Thomas Thompson, “não há evidência de uma monarquia unida, não há evidência de uma capital em Jerusalém ou de qualquer força política coerente e unificada que tenha dominado a Palestina ocidental (…)”. Portanto, acredita-se que o engrandecimento da Monarquia Unida é um anacronismo.

No que diz respeito às figuras de Davi e Salomão, muitos autores publicaram livros comparando sua descrição literária às fontes extra-bíblicas. Davi é citado indiretamente numa estela de difícil datação chamada de Tel Dã (“casa de Davi”, ou seja, dinastia de Davi). Já no que diz respeito a Salomão, os arqueólogos jamais encontraram um documento que lhe fizesse referência. É notável que em nenhuma Estela, nem nos arquivos egípcios, nem nos arquivos de Biblos, nem nos arquivos da Assíria e nem em Aram-Damas haja qualquer menção ao nome de Salomão, muito embora a Bíblia o descreva como um grande rei. Não obstante, como afirma Hans M. Barstad, isso não significa que Davi e Salomão não tenha existido, mas apenas que o relato “misturou” ficção e realidade.[59]

O relato bíblico exagerou, contudo, a grandeza do reino de Israel no período de Davi e Salomão. De acordo com o arqueólogo Amihai Mazar, “nós podemos descrever a Monarquia Unificada como um Estado num primeiro estágio de desenvolvimento, longe de ser um Estado rico e em larga extensão como retrata o relato bíblico”.[60] Para Hans M. Bastard, a ideia de uma Era Dourada, representada pelo Império Davídico, é um padrão próprio a um gênero literário chamado de “Histórias Nacionais”, comum às sagas escandinavas e gaélicas.[59] A ideia da criação dum Império Davídico-Salomônico é explorada detalhadamente por Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman.[61] No século X e mesmo no século IX a.C., Jerusalém era uma cidade pobre com pouco espaço para zona residencial e poucas fortificações.[62] Como demonstram numerosos estudos, as evidências para um incipiente Estado centralizado só surgirão dois séculos mais tarde.[63][64][65][66] De acordo com Mario Liverani, Jerusalém era “Minúscula” e Judá “pouco povoada” no século X a.C.. Mesmo durante os séculos IX e VIII a.C., o desenvolvimento foi modesto. A população inteira da região foi estimada pelo autor em 110 000 habitantes[67] William Dever faz uma estimativa semelhante.[68] Outros trabalhos sobre a inexistência dum estado centralizado israelense na época de Davi e Salomão foram realizados por Jessica N. Whisenant,[69] David Ussishkin,[70] Nadav Na’aman,[71] Margreet Steiner,[72] Whitelam e Franken,[73] Killebrew,[74] entre outros.

Templo de Jerusalém [ editar | editar código-fonte ]

O relato bíblico fala que Salomão teria construído um templo no século X a.C. que teria sido destruído por Nabucodonossor em 587 a.C. Não obstante, nós não temos nenhuma evidência arqueológica acerca do templo de Salomão. A primeira evidência que demonstra a existência de um Templo de Jerusalém é indireta – centralização do culto com a desacralização de lugares ativos antes -, e ocorre somente por volta do ano 700 a.C., muito depois da data colocada pelo relato bíblico.

A Monarquia Dividida: O reino do Norte, Israel [ editar | editar código-fonte ]

Devido à arrogância de Reoboão, filho de Salomão, as dez tribos hebraicas do norte se rebelaram e fundaram um reino sob a autoridade de Jeroboão I (924-904 a.C.). Jeroboão reativou antigos templos em Dã e Betel, garantindo independência em relação ao templo de Jerusalém. O filho de Jeroboão é assassinado após conflitos palacianos, e Omri finalmente ascende ao poder, fundando a dinastia Omrida, fortemente reconhecida pelos documentos arqueológicos como uma dinastia poderosa. Omri estabeleceu como capital Samaria e fez alianças com o rei de Tiro, casando com sua filha Jezebel.[carece de fontes] Pintando como um monarca cruel pelos autores bíblicos, Ahab, filho de Omri, foi no entanto um dos maiores reis hebreus. Isso se deve a sua política de sancionar tanto o culto de Javé (Jeová) quanto o culto de Baal. De acordo com Finkelstein, Omri e sua dinastia foram esquecidos, enquanto o período de Salomão foi sobre glorificado pela literatura bíblica.[75] Na verdade, a maior parte das grandes evidências arqueológicas da história de Israel estão associadas a esse rei e seus sucessores, e não a Salomão. Ahab teve um poderoso exército sob seu domínio.

A dinastia de Jehu (843-816 a.C.) assume após o assassinato do filho de Ahab, Jehorão. Durante esse período, o reino de Israel estava em decadência, e sob controle do reino aramaico de Damasco.

A arqueologia demonstra que a religião popular em Judá e Israel nessa época era politeísta e sincretista.[76][77] As origens do monoteísmo bíblico são, por esse motivo, atribuídas ao período posterior do rei Josias em Judá.[78]

A Monarquia Dividida: O reino do Sul, Judá [ editar | editar código-fonte ]

Rehoboão teve que enfrentar diversos ataques a sua soberania durante seu reinado. O reino de Judá também teve de enfrentar os saques efetuados por Israel no período do reinado de Ahaziah. Mais tarde, o rei Ezequias (727-698 a.C.) formou uma coalizão anti-assíria, o que lhe rendeu sucessivas derrotas para o rei Senaqueribe, fazendo com que os reis de Judá se submetessem a ele como fieis vassalos. Em suma, o reino de Judá foi inteiramente coberto pela supremacia política de reinos vizinhos mais poderosos e em franca expansão.

Conquista pelos estrangeiros [ editar | editar código-fonte ]

Em 722 a.C., o reino de Israel foi conquistado pelos assírios e aproximadamente duzentos anos depois o Reino de Judá foi conquistado pelos babilônios, com isso os hebreus viraram escravos – período que ficou conhecido como Cativeiro da Babilônia.

O Cativeiro da Babilônia acabou em 539 a.C., quando o xá aquemênida Ciro II conquistou a Babilônia libertou os judeus, que retornaram a Palestina e reconstruíram o templo de Jerusalém, que havia sido destruído por Nabucodonosor II. Em 332 a.C. os persas foram derrotados por Alexandre, o Grande, e os macedônios e gregos passaram a dominar a Palestina, seguido pelo domínio romano, a partir de 63 a.C..

Após a contenção da Primeira Revolta Judaica iniciada em meados da década de 60 d.C., e a destruição de Jerusalém em 70, os judeus se dispersaram pelo mundo – foi o início da Diáspora Judaica. Uma corrente de historiadores, onde se destaca o israelense Shlomo Sand, da Universidade de Tel Aviv, com seu livro A Invenção do Povo Judeu defende que a diáspora deve ser relativizada numericamente e que, tanto no episódio do exílio na Babilônia quando no episódio da expulsão dos judeus pelos romanos, apenas uma pequena parcela da população foi efetivamente deslocada, provavelmente suas elites intelectuais, permanecendo na terra uma população judia, principalmente de camponeses, que posteriormente diluiu-se entre outras populações e não manteve sua identidade original, inicialmente por conta do cristianismo e depois pela islamização a partir do Século VII d.C.

No século XIX, o movimento sionista, organizado por Theodor Herzl, passou a ocupar terras na Palestina e, com o apoio da Inglaterra, interessada em pender o equilíbrio político e econômico para seus interesses. Dessa forma, a presença judaica passou, aos poucos, a superar a de palestinos.

Em 1948, os ocupantes judeus intensificaram a luta pela criação de um Estado judeu na região, inclusive recorrendo à luta armada e a ataques terroristas. Um dos mais conhecidos é o Massacre de Deir Yassin, em 1948, onde mais de uma centena de palestinos, entre eles numerosos idosos e crianças, foram assassinados. Os demais sobreviventes foram expulsos do povoado, que deixou de existir. Não houve nenhuma punição aos responsáveis e um dos líderes de um dos grupos envolvidos, o Irgun, tornar-se-ia primeiro-ministro de Israel: Menachem Begin.[79]

A Assembléia Geral da ONU, sob impacto do Holocausto, criou o Estado de Israel, juntamente com a criação de um estado palestino, que consistiria dos territórios da Cisjordânia e Transjordânia. Assim, o povo hebreu, agora conhecido como judeu, voltou à sua Terra Prometida. Enquanto isso, grupos palestinos lutam pela criação de um estado palestino que inclua Jerusalém Oriental, se utilizando inúmeras vezes de atentados terroristas contra Israel.

Hebreus: origem, escravidão, diáspora, na Bíblia

Os hebreus eram um povo da Antiguidade que, segundo a narrativa bíblica, teria suas origens na Mesopotâmia. Os hebreus migraram para Canaã, supostamente por um chamado de Deus, e depois de um tempo no Egito teriam penetrado lentamente na região. A história hebraica é dividida em três fases: dos patriarcas, dos juízes e dos reis. Por volta do século I d.C., começaram a fugir de sua terra por causa da perseguição dos romanos.

Leia mais: Fenícios – povos que provavelmente mantiveram contatos comerciais com os hebreus

Os hebreus e a Bíblia

Os hebreus eram um povo seminômade que se estabeleceu e se fixou na região da Palestina (chamada de Canaã, na Antiguidade). A reconstrução da história desse povo é um grande desafio para os historiadores, sobretudo pela falta de fontes históricas e de evidências que comprovem determinados acontecimentos.

Uma das grandes fontes que trazem detalhes sobre a história hebraica é a Bíblia, o livro sagrado do cristianismo. Entretanto, essa fonte histórica, assim como muitas outras, é utilizada com certo cuidado pelos historiadores, uma vez que muitas das narrativas são consideradas míticas, sendo interpretadas como mitos e não como relatos de eventos históricos.

Assim, os relatos da Bíblia não são enxergados como verdades absolutas e passam por uma análise crítica por parte dos historiadores antes de serem utilizados. De toda forma, neste texto, veremos algumas informações que mesclam o relato bíblico com outras informações obtidas por meio do estudo histórico.

Origem dos hebreus

Segundo a narrativa bíblica, as origens dos hebreus remontam ao patriarca Abraão.

O relato bíblico conta que os hebreus surgiram do patriarca Abraão. Por volta do século XX a.C., Abraão vivia na cidade de Ur, na Mesopotâmia. Ele, que era um pastor seminômade, teria supostamente recebido uma profecia de Deus (Javé, para os hebreus), prometendo-lhe uma terra e uma grande descendência se ele largasse a Mesopotâmia e adorasse a esse único Deus.

Abraão teria seguido esse chamado e partido na migração que o levou à região de Canaã, atualmente chamada de Palestina. Nessa localidade, os hebreus fixaram-se na região do Vale do Rio Jordão, marcado por possuir terras mais férteis. Mesmo na nova terra, o estilo de vida dos hebreus era baseado no seminomadismo. Essa fase da história hebraica é conhecida como a fase dos patriarcas.

Acredita-se que a sobrevivência dos hebreus vinha da criação de animais e também do cultivo agrícola. O cultivo de animais era muito comum entre as tribos hebraicas que habitavam regiões mais desérticas, enquanto que, na agricultura, o arado e métodos de irrigação já eram utilizados para melhorar a produtividade do solo.

Escravidão no Egito

Após esse período em Canaã, a narrativa conta que os hebreus decidiram migrar-se para o Egito. Isso pode ter acontecido por volta de 1700 a.C. e foi motivado pela escassez de alimentos em toda Canaã. O Egito, por sua vez, era uma terra fértil, por conta do rio Nilo, e por isso não enfrentava escassez de alimentos.

Existe divergência sobre se a migração dos hebreus ao Egito teria sido aderida por todas as tribos ou se apenas uma parte das tribos mudou-se para lá. De toda forma, a chegada dos hebreus ao Egito coincidiu com o período em que os hicsos, povo de origem semita (assim como os hebreus), dominavam a região.

Os hebreus teriam se aproveitado do domínio hicso, estabelecendo-se lá pacificamente e ocupando posições importantes na região. A colaboração hebraica com os hicsos acabou custando caro, e os hebreus passaram a ser escravizados depois que os egípcios expulsaram os hicsos. A libertação dos hebreus teria ocorrido, por volta de 1300 a.C., por Moisés.

Conquista de Canaã

A migração dos hebreus do Egito de volta para Canaã ficou conhecida como Êxodo, e alguns historiadores alegam que não existem evidências que sustentam que um grande número de pessoas tenham feito essa migração simultaneamente. Assim, muito provavelmente, a história do Êxodo tem um fundo histórico real, mas mitificado na posteridade.

Quando os hebreus chegaram a Canaã, encontraram a terra povoada pelos cananeus (povos originários da região) e filisteus. A narrativa bíblica conta que a região teria sido conquistada em uma campanha militar feita sob a liderança de Josué. Nessa campanha, a região seria integralmente conquistada, e cada tribo de Israel ocuparia uma parte distinta.

No entanto, o escritor André Chouraqui sugere que essa conquista de Canaã provavelmente foi muito mais lenta e que teria sido feita por uma lenta penetração das tribos israelitas na região. Ele sugere também que a domesticação do camelo e o domínio da metalurgia foram fundamentais para os hebreus, pois permitiram-lhes morar em regiões com menor presença de cananeus e, com base nesses locais, expandir-se por Canaã|1|.

A historiadora Karen Armstrong também aponta que não existem indícios que sustentam uma grande invasão estrangeira a Canaã no período e que, mesmo fixando-se nessa região, as “conquistas” dos hebreus não teriam sido plenas: as grandes cidades de Canaã não tinham sido conquistadas e os filisteus não tinham sido expulsos|2|.

Nesse período, a grande autoridade entre os hebreus era o juiz, um chefe militar que era escolhido em cada uma das tribos hebraicas. O último juiz hebreu, Samuel, foi o responsável por inaugurar a monarquia hebraica com a coroação de Saul.

Reino de Israel

A coroação de Saul teria acontecido no final do século XI a.C. Ele foi responsável por centralizar o poder do Reino de Israel e liderar a guerra contra os filisteus pelo controle de Canaã. Saul foi responsável por importantes conquistas territoriais, e, depois de sua morte, Davi tornou-se rei. A transformação de Davi em rei de Israel passou ainda por alguns anos de conflito com Isboset, filho de Saul.

A cidade de Jerusalém foi conquistada pelos hebreus durante o reinado de Davi.[1]

Davi foi o responsável por liderar a conquista da cidade de Jebus, encravada no território de seu reino e habitada pelos jebuseus. A conquista de Jebus, renomeada de Ir Davi, aconteceu por volta de 1000 a.C. e foi um dos grandes marcos de seu reinado. A cidade foi transformada em capital das terras hebraicas, sendo conhecida atualmente como Jerusalém.

Um dos grandes feitos da história hebraica foi a construção do Templo de Jerusalém, conhecido também como Templo de Salomão por ter sido construído durante o reinado de Salomão. O reinado de Salomão foi entendido como um momento de prosperidade, e o Reino de Israel teve um exército fortalecido e um comércio pujante. O período desses três reis é conhecido como período monárquico da história hebraica.

Acesse também: Cretenses – civilização que teve grande influência no mar Egeu

Diáspora dos hebreus

O fim do reinado de Salomão enfraqueceu o Reino de Israel. As terras foram divididas em dois reinos, tendo Judá surgido no sul, e Israel, no norte de Canaã. Essa divisão facilitou a conquista da região por outros povos. O Reino de Israel, por exemplo, foi conquistado pelos assírios no século VIII a.C.

Séculos depois, o Reino de Judá, no sul de Canaã, foi conquistado pelos caldeus liderados pelo rei Nabucodonosor. Nessa conquista, o Templo de Salomão foi destruído pela primeira vez e parte dos hebreus foi levada como escrava para a Babilônia — esse foi o Cativeiro da Babilônia. Os hebreus ainda foram dominados por outros povos, e persas, macedônios e romanos conquistaram a região nos séculos seguintes

Os romanos mantiveram um domínio rígido contra os hebreus que resistiram por meio de rebeliões. Existem historiadores que sustentam que a traição de Jesus, por exemplo, teria sido um acontecimento relacionado a isso, uma vez que existiam judeus que queriam que Jesus se aliasse à causa da independência hebraica, mas como a mensagem de Jesus era outra, ele teria sido traído.

Em uma dessas rebeliões, no ano 70 d.C., o Templo de Salomão foi destruído pela segunda vez e os dois primeiros séculos da Era Comum (d.C.) ficaram marcados por três Guerras Romano-Judaicas. A perseguição romana contra os hebreus na Palestina teria se tornado muito intensa, o que motivou milhares deles a abandonarem a região a partir do século I d.C.. Esse abandono da Palestina pelos hebreus ficou conhecido como diáspora.

Notas

|1| CHOURAQUI, André. Os homens da Bíbia. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 38-39.

|2| ARMSTRONG, Karen. Jerusalém: uma cidade, três religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 44-45.

Créditos da imagem

[1] JekLi e Shutterstock

Qual a diferença entre Hebreu, Israelita e Judeu?

Muitas pessoas, principalmente do ocidente, ainda se confundem sobre a diferença entre os termos: hebreu, israelita e judeu. Vamos entender de forma resumida a origem e significado dos nomes e também um pouco da história por trás desse povo ao qual estes três nomes se referem.

Hebreu (עברי, em hebraico)

A primeira vez nos livros de Moisés (Torá, para os judeus; Pentateuco, para os cristãos) em que o termo “hebreu” aparece é no livro de Gênesis 14:13, referindo-se, exatamente, ao pai deste povo, Abraão:

Então veio um, que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu; ele habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol, e irmão de Aner; eles eram confederados de Abrão.

Embora a tradição judaica ofereça pelo menos duas correntes para explicar o nome, vamos considerar aquela que é mais aceita pela maioria dos teólogos. Ela se refere aos descendentes de Héber (עֵבֶר em hebraico). O capítulo 10 de Gênesis fala dos descendentes de Noé e das nações que se formaram a partir deles. Noé teve três filhos: Sem, Cam e Jafé, além de outros mais que nasceram depois do dilúvio. Héber foi um dos trisnetos de Sem, filho de Noé.

O nome de Héber é importante porque, segundo a tradição judaica, foi graças a ele que a língua que eles falam foi preservada por Deus. Segundo a tradição judaica, Héber teria se recusado a participar da construção da Torre de Babel e, portanto, o idioma hebraico foi preservado e recebeu este nome em homenagem a Héber, e desta forma, deu também nome ao povo que falava Hebraico, o povo Hebreu.

Algumas pessoas tem dificuldade em entender Gênesis 10:5, 10:20 e 10:31, pois estes versículos parecem trazer uma contradição ao citarem povos com suas próprias línguas antes do capítulo 11, que é capítulo que informa que só havia uma língua na Terra, sendo que é neste mesmo capítulo que é descrito como e porque houve a divisão das línguas. A resposta é que a narração não é cronológica, mas sim tópica, como se fosse um adendo, ou uma observação do autor. Para sustentar isso, podemos ler Gênesis 10:25, que apresenta um dos filhos de Héber: Pelegue. Héber teve dois filhos: um foi Pelegue, porquanto em seus dias se repartiu a terra; e o outro foi Joctã. (Gênesis 10:25)

Existe um motivo para Pelegue ter este nome. Pelegue (פלג, em hebraico) significa separar, dividir. Assim, é muito provável que ele tenha recebido este nome em relação ao ato da criação das várias línguas no evento da Torre de Babel, que dividiu completamente o mundo em grupos linguísticos específicos.

Vale salientar ainda que existem indícios extra-bíblicos, como por exemplo – as tábuas sumérias – que relatam a existência de apenas uma língua universal no mundo antigo.

– Assim, podemos dizer que “hebreu”, da perspectiva etimológica, provem de Héber. No que diz respeito ao grupo de pessoas, podemos dizer que “hebreu” é o povo que descende de Sem, filho de Noé. Ou seja, é o povo semita. Por isso, que atualmente vemos o uso de antissemitismo como uma postura contrária ao povo judeu.

Israelita (ישׁראל, em hebraico)

O termo “israelita” é a versão em português do termo “filhos de Israel” (Bnei Yisrael), que aparece várias vezes na Bíblia (são 608 vezes em traduções como a Almeida). Assim, a melhor maneira de entender o significado de israelita é procurar o significado de Israel.

O nome “Israel”, que no hebraico significa “lutar com Deus”, foi atribuído a Jacó:

E disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; não te chamarás mais Jacó, mas Israel será o teu nome. E chamou-lhe Israel. (Gênesis 35:10)

Quem foi Jacó?

De acordo com a Tanakh (escrituras judaicas) e o Corão (escrituras islâmicas), Isaac foi o único filho de Abraão com Sara. Isaac, por sua vez, teve dois filhos com Rebeca, sendo Jacó e Esau. Enquanto a descendência de Esau formou os Edomitas, a descendência de Jacó gerou os israelitas (Lembrando que Jacó teve o nome mudado para Israel).

– Assim, Israelita é o povo descendente de Jacó. Jacó, juntamente com seu pai (Isaac) e avô (Abraão), são considerados os patriarcas dos filhos de Israel, os israelitas. O próprio Deus confirma isso, anos depois, a Moisés:

Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. (Êxodo 3:6a)

Jacó teve 12 filhos com 4 mulheres diferentes (Gênesis 49), além de uma filha (Gênesis 30:21), e teve 70 descendentes diretos (Êxodo 1:5).

Judeu (יְהוּדִי em hebraico)

Para entender o significado do termo “judeu“, temos que primeiro entender que dos 12 filhos de Jacó surgiram as 12 tribos de Israel. Abaixo está um mapa com as doze tribos de Israel por volta do ano 1.100 a.C, conforme nos informa o livro de Josué:

Pode-se notar que uma dessas tribos é a de Judá. O termo “judeu” está ligado ao nome Judá, mas não quer dizer que ele se refira apenas ao povo desta tribo. O termo “judeu” se refere ao povo de todas as 12 tribos. Vamos ver o porquê disso.

Conforme vemos no livro de Ester, esta tribo foi predominante durante o período que antecedeu o retorno daquele povo à terra prometida, assim como durante os primeiros anos deste retorno, conforme os livros de Esdras e Neemias.

– O fato que justifica o uso generalizado do termo judeu é que havia a predominância da tribo de Judá neste período, assim todo o povo das doze tribos passou a ser chamado de judeu.

Embora as primeiras aparições no nome “judeu” em muitas traduções das Escrituras só se deem no livro de 2ªReis 16:6 e 2ªReis 25:25, no hebraico a tradução mais adequada seria “homens de Judá”. Apenas nos livros de Esdras, Neemias e Ester é que podemos dizer que há efetivamente a utilização deste termo no sentido de povo das doze tribos.

Conclusão

Agora, fica entendido que Hebreu originou-se de Héber; que Israelita originou-se de Jacó; e que Judeu originou-se da tribo de Judá. Todos esses termos têm o mesmo objetivo: referir-se ao povo escolhido por Deus, embora em épocas diferentes.

Referências:

Defense of Faith; Cleofas

Hebreu ou Judeu

Hebreu:

Substantivo ou Adjetivo

O que é Hebreu:

Os hebreus eram um povo de origem semita (os semitas compreendem dois importantes povos: os hebreus e os árabes), que se distinguiram de outros povos da antigüidade por sua crença religiosa. O termo hebreu significa “gente do outro lado do rio?, isto é, do rio Eufrates. Os hebreus foram um dos povos que mais influenciaram a civilização atual. Sua religião o judaísmo influenciou tanto o cristianismo quanto o islamismo. O conhecimento acerca desse povo, vem principalmente das informações e relatos bíblicos (o Antigo Testamento), das pesquisas arqueológicas e obras de historiadores judeus. Em 1947, com a descoberta de pergaminhos em cavernas às margens do Mar Morto (os Manuscritos do Mar Morto), foi possível obter mais informações sobre os hebreus. Esses pergaminhos foram deixados por uma comunidade que viveu ali por volta do século I a.C.

Exemplo de uso da palavra Hebreu:

Os hebreus eram inicialmente, um pequeno grupo de pastores nômades, organizados em clãs ou tribos, chefiadas por um patriarca. Conduzidos por Abraão, deixaram a cidade de Ur , na Mesopotâmia, e se fixaram na Palestina (Canaã a Terra Prometida), por volta de 2000 a.C. A Palestina era uma pequena faixa de terra, que se estendia pelo vale do rio Jordão. Limitava-se ao norte, com a Fenícia, ao sul com as terras de Judá, a leste com o deserto da Arábia e, a oeste com o mar Mediterrâneo. Governados por patriarcas, os hebreus viveram na palestina durante três séculos. Os principais patriarcas hebreus, foram Abraão (o primeiro patriarca), Isaac, Jacó (também chamado Israel, daí o nome israelita), Moisés e Josué. Por volta de 1750 a.C. uma terrível seca atingiu a Palestina. Os hebreus foram obrigados a deixar a região e buscar melhores condições de sobrevivência no Egito. Permaneceram no Egito, cerca de 400 anos, até serem perseguidos e escravizados pelos faraós. Liderados então, pelo patriarca Moisés, os hebreus abandonaram o Egito em 1250 a.C., retornando à Palestina. Essa saída em massa dos hebreus do Egito é conhecida como Êxodo.

DIFERENÇA entre Hebreus, Israelitas e Judeu Hebreus,Origem

Aprenda aqui sobre a diferença entre:

Hebreus

Israelitas (Filhos de Israel)

Judeus

Esse assunto e essas descrições causam muita dúvida em termos temporais.

Então decidi fazer esse estudo para explicar a diferença entre essas designações.

Aproveite e pegue sua BÍBLIA, seu Caderno de Estudos e sua Caneta para escrever quando há um começa e um fim.

Cada uma dessas designações foram usadas e respeitadas na Bíblia, para descrever a designação do povo escolhido por D-us.

É importante entender quando há os começos e os términos dessas designações.

Veja o vídeo abaixo e aprenda sobre essa diferença

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Qual a diferença entre os hebreus e os judeus?

Qual a diferença entre os hebreus e os judeus?

Na Bíblia hebraica, o termo israelitas é usado de forma intercambiável com o termo Doze Tribos de Israel. Embora relacionados, os termos hebreus, israelitas e judeus não são intercambiáveis ​​em todas as instâncias. … Um samaritano, ao contrário, é tanto hebreu quanto israelita, mas não é judeu.

Quando os hebreus passaram a ser chamados de judeus?

Após a morte de Moisés,os Hebreus chegaram até a Palestina sob a liderança de Josué.Com o tempo os Hebreus se estabeleceram na Palestina. … A tribo de Judá que ficava ao sul de Israel era a tribo “dominante” por isso os Hebreus são chamados de Judeus.

Qual a diferença entre hebreus e cristãos?

Os Hebreus católicos consideram que pode ser tomado como tal, por um lado, todo aquele de origem judaica, que foi batizado na Igreja Católica Apostólica Romana e permanecer nela voluntariamente ou, por outro lado, aqueles católicos de origem não-judaica, que estão em contato com a língua, cultura e espiritualidade …

Porque o povo de Israel é chamado de hebreu?

O nome “hebreus” vem do hebraico “Ivrim”, que significa “povo do outro lado do rio”.

O que foi o povo hebreu?

Os hebreus eram um povo da Antiguidade que, segundo a narrativa bíblica, teria suas origens na Mesopotâmia. Os hebreus migraram para Canaã, supostamente por um chamado de Deus, e depois de um tempo no Egito teriam penetrado lentamente na região.

Qual é a origem do povo hebreu?

As tradições hebraicas mais antigas sobre suas origens, como o gênesis da Bíblia, falam de certos patriarcas (Abraão, Isaque, Jacó) que teriam iniciado a linhagem dos hebreus. A origem dos povos hebreus, de acordo com a história de gênesis, são situadas na Mesopotâmia (a cidade de Ur).

Quais são as principais características do povo hebreu?

Os hebreus, ao contrário dos outros povos da Mesopotâmia, dos persas, dos egípcios, dos fenícios e de vários outros povos do Oriente Médio que foram seus contemporâneos, eram monoteístas, isto é: acreditavam em um só Deus, criador de tudo e de todos.

Onde se localizava a terra prometida aos hebreus?

A terra prometida era descrita em termos de extensão territorial como indo do Rio do Egito ao Rio Eufrates,o que hoje compreenderia os territórios do Estado de Israel, Palestina, Cisjordânia, Jordânia Ocidental, sul da Síria e sul do Líbano.

Onde se localiza Canaã a terra prometida dos hebreus?

Canaã é a antiga denominação da região correspondente à área do atual Estado de Israel (inclusive as Colinas de Golã), da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, de parte da Jordânia (uma faixa na margem oriental do Rio Jordão), do Líbano e de parte da Síria (uma faixa junto ao Mar Mediterrâneo, na parte sul do litoral da Síria …

Onde se localiza a cidade de Jericó?

É citada na bíblia Judaica e cristã como uma importante cidade no vale do Jordão, na costa ocidental do rio Jordão. Descrita no Velho Testamento como a “Cidade das Palmeiras”, abundantes campos ao redor de Jericó tem feito dela um sítio atrativo para habitação humana por milhares de anos.

Quem é que chega à terra prometida?

Segundo o relato bíblico Deus castigou a rebeldia do povo e determinou que, dos israelitas de vinte anos para cima, somente Calebe e Josué teriam permissão de entrar na terra prometida.

Quando o povo de Israel chegou a terra prometida?

A conquista de canaã, terra prometida por Deus aos israelitas, começa por volta do século 21 a.C., com os profetas Abraão e Moisés. Mas foi só com o guerreiro Josué, provavelmente no fim do século 15 a.C., que o avanço dos hebreus sobre aquele território assumiu características de uma autêntica campanha militar.

O que quer dizer Eretz?

Terra de Israel (do hebraico ארץ ישראל Eretz Yisrael) é a região que, segundo o Tanakh, a Bíblia judaica, foi prometida por Deus aos descendentes de Abraão através do seu filho Isaac e aos hebreus, descendentes de Jacó, neto de Abraão.

Quanto tempo duraria a viagem do Egito a terra prometida?

40 anos

Quem conquistou a terra de Canaã?

Com seus aliados mais próximos e de confiança, o sacerdote levita Eleazar e o líder da tribo Judá Calebe, Josué tem que cumprir uma difícil missão ordenada por Deus: comandar as doze tribos de Israel na conquista de Canaã, a Terra Prometida.

Quanto tempo leva do Egito a Canaã?

A dimensão temporal indica que foram quarenta anos de jornadas pelo deserto, decorrentes dos quarenta dias em que os espiões percorreram a terra de Canaã, até o florescimento de uma nova geração (Nm 14: 34-5).

Quantas pessoas saíram do Egito para Canaã?

A Bíblia diz que 2 milhões de hebreus fugiram do Egito.

Quantas tribos entraram em Canaã?

No capítulo desta segunda-feira (22) de A Terra Prometida, o Brasil se emocionou ao ver a travessia do rio Jordão, momento em que Josué conduz o povo hebreu rumo a Canaã. Foram 12 as tribos de Israel que participaram dessa importante passagem bíblica.

Porque o povo de Israel foi levado para o Egito?

Tal como o Antigo Israel tinha sido predestinado como povo para serem libertos da escravatura no Egito, agora os judeus estavam predestinados a serem punidos por Deus usando o Império Neobabilónio e, mais uma vez, libertos. Esta experiência coletiva teve efeitos muito importantes na sua religião e cultura.

Porque José foi levado para o Egito?

José enviou seus irmãos de volta a seu pai, com um recado: para que todos descessem ao Egito, sem demora, para habitar a Terra de Gósen e assim ficar perto dele. Pediu que viessem os filhos, netos, rebanhos e tudo quanto tivessem. José os sustentaria, pois ainda restavam cinco anos de fome.

Quem Deus enviou para libertar seu povo da escravidão no Egito?

Moisés

Quem libertou o povo de Israel?

De acordo com a Bíblia e a tradição judaico-cristã-islâmica, Deus realizou diversos milagres através de Moisés pós uma Teofania. Libertou o povo de Israel da escravidão no Antigo Egito, tendo instituído a Páscoa Judaica.

Porque Daniel foi levado para Babilônia?

De acordo com a tradição rabínica, Daniel e outros príncipes judeus foram castrados por ordens do rei babilônico, com o objetivo de desencorajar lideranças e frustrar o sentimento de independência em meio ao povo dominado.

O que representa o Egito para o povo de Deus?

O Egito e seu povo desempenham um papel importantíssimo nas narrativas bíblicas sobre a origem de Israel e da adoração a Iahweh. É a escravidão dos israelitas no Egito, relatada no livro do Êxodo, o segundo da Bíblia, que leva Deus a intervir de forma espetacular no curso da história.

Qual a diferença entre Hebreus, Judeus e Israelitas?

De um modo geral, os termos hebreus, judeus e israelitas, todos se referem ao mesmo grupo de pessoas – a nação que nasceu de Abraão através de Isaque e Jacó, uma nação prometida e escolhida por Deus no Antigo Testamento (Gênesis 12:1-3). Cada termo enfatiza algum aspecto da origem deste povo.

O termo HEBREU é utilizado pela primeira vez nas escrituras para se referir a Abraão (Gênesis 14:13). Em seguida, ele é usado para se referir a José (Gênesis 39:14,17) e aos outros descendentes de Abraão através de Isaque e Jacó (Gênesis 40:15; 43:32). É incerto porque Abraão é chamado de Hebreu. “Alguns sugeriram que a palavra “HEBREU” significa” do outro lado “ou” o que cruza de um ponto a outro, em alusão a Abraão deixando Ur e cruzando o rio Eufrates. Além disso, nenhuma outra razão especial é dada nas escrituras para chamar a nação que veio de Abraão, Isaque e Jacó de Hebreus. O termo, no entanto, identifica a nação como descendentes de Abraão. Tem sido sugerido por alguns que Hebreus é o nome nacional, que foi preferido por esta nação e o nome pelo qual as nações estrangeiras, muitas vezes se referem a eles.

O nome de Jacó, filho de Isaac (Gênesis 25:26), que era o filho prometido de Abraão (Gênesis 17:19), foi mudado para Israel quando ele lutou com um homem de Deus (Gênesis 32:28). Assim, os descendentes de Abraão através de Isaque e Jacó (Israel) compunham a nação de Israel e às vezes eram chamados israelitas (Êxodo 9: 7). Quando a nação se dividiu, as dez tribos do norte arrogou para si o nome de Israel, e as duas tribos do sul se tornou conhecida como Judá. Ambas as nações foram levadas cativas; Israel foi levado cativo pelos assírios e a de Judá foi mais tarde levado cativo pelos babilônios. Quando o cativeiro babilônico terminou, os exilados de ambas as nações- Israel e Judá- retornaram à sua terra natal e foram novamente unidas sob a designação de Israel.

O termo judeus foi utilizado pela primeira vez para descrever os habitantes de Judá, o nome tomado pelas duas tribos do sul da nação de Israel durante a divisão (2 Reis 6: 6; 25: 25). Depois do cativeiro babilônico, o significado foi estendido para abraçar a todos de Israel. É sugerido por alguns que este nome pode ter sido dado a todo o Israel neste momento porque a maior porção do remanescente do povo da aliança eram de Judá (New Unger Dicionário Bíblico). Judeus são muitas vezes usados para contrastar ou para distinguir esta nação dos samaritanos, gentios, ou prosélitos (João 4: 9; Romanos 2: 9; Atos 2:10).

Todos esses três termos continuaram a ser usados no Novo Testamento para descrever os descendentes carnais de Abraão através de Isaque e Jacó (2 Coríntios 11:22; João 4: 9). Além disso, uma vez que os israelitas eram o povo escolhido de Deus do Antigo Testamento, no Novo Testamento, os termos judeu e Israel são ocasionalmente usados figurativamente para representar o povo escolhido de Deus hoje – a semente espiritual de Abraão, a igreja (Gálatas 3:29; Romanos 2 : 27,28; 9: 6). Um estudo cuidadoso do contexto das passagens do Novo Testamento permitirá discernir o caminho que os termos são usados ​​no Novo Testamento e de quem eles falam.

Os termos hebreus, israelitas e judeus são sinônimos próximos e são muitas vezes utilizados alternadamente. Todos os três termos se referem aos que têm descendentes de Abraão através de Isaque e Jacó. Os termos são usados ​​em sentido figurado algumas vezes no Novo Testamento, em referência à semente espiritual de Abraão. Quando se fala da nação carnal de Israel, o termo hebraico amarra as pessoas diretamente a Abraão; Israelitas relaciona-os com Jacó, ou Israel, e judeus ou judeus nos lembra da terra natal deste povo e é usado para distinguir a raça de outras pessoas ou para contrastá-los com os outros.

Diferença entre Hebreus, Judeus e Israelitas

Hebreus:

É uma designação que se aplica a Abraão e seus descendentes. Abraão foi quem deu início a esse povo. A primeira pessoa a ser chamada de hebreu na Bíblia foi Abraão.

Até o momento em que Deus mudou o nome de Jacó, filho de Isaque, esse povo (ainda pequeno) era chamado de hebreus.

Hebreus

Hebreus

Os hebreus são conhecidos como israelitas ou judeus. Antepassados do povo judeu, os hebreus têm uma historia marcada por migrações e pelo monoteísmo.

Muitas informações sobre a história dos hebreus baseiam-se na interpretação de textos do Antigo Testamento, a primeira parte da Bíblia. O Antigo testamento foi escrito com base na tradição oral dos hebreus. Consta dele, por exemplo, a interpretação feita por esse povo da origem do mundo e de muitas das normas éticas e morais de sua sociedade. Convém ressaltar, entretanto, que esses textos são repletos de símbolos e sua interpretação é bastante difícil.

Vestígios da sociedade hebraica continuam sendo encontrados. Eles contribuem para lançar novas luzes sobre a história dos hebreus.

Segundo a tradição, Abraão, o patriarca fundador da nação hebraica, recebeu de Deus a missão de migrar para Canaã, terra dos cananeus, depois chamada de palestina, onde se localiza hoje a Estado de Israel.

Após passarem um período na terra dos cananeus, os hebreus, foram para o Egito, onde viveram em 300 e 400 anos, e acabaram transformados em escravos. Sua historia começa a ganhar destaque a partir do momento em que resolvem sair do Egito e, sob a liderança de Moisés, voltar a Canaã. Na história judaica, esse retorno é chamado de êxodo e aconteceu entre 1300 e 1250 a.C.

Em 70 d.C., a Palestina era uma província do Império Romano; as muitas rebeliões ocorridas na região levaram o governo imperial a expulsar os hebreus da Palestina. Esse acontecimento é denominado de diáspora. Até 1948, quando foi fundado o estado de Israel, os judeus viveram sem pátria, atualmente são os palestinos que não tem pátria, pois suas terras foram tomadas pelos israelenses.

Praticam a agricultura, o pastoreio, o artesanato e o comércio. Têm por base social o trabalho de escravos e servos. As tribos são dirigidas de forma absoluta pelos chefes de família (patriarcas), que acumulam as funções de sacerdote, juiz e chefe militar. Com a unificação destas, a partir de 1010 a.C., elegem juízes para vigiar o cumprimento do culto e da lei. Depois se unem em torno do rei. Produzem uma literatura dispersa, mas importante, contida em parte na Bíblia e no Talmude.

Localização

A Palestina localizava-se em uma estreita faixa a sudoeste do atual Líbano. O rio Jordão divide a região em duas partes: a leste a Transjordânia; e a oeste, a Cisjordânia. Essa região é atualmente ocupada pelo estado de Israel.

Até hoje a região é bastaste árida. O principal rio é o Jordão, e assim mesmo não era suficiente para grandes obras de irrigação. Um solo pouco fértil e um clima bastante seco impediam que a região fosse rica. No entanto, tinha bastante importância, pois era passagem e ligação entre a Mesopotâmia e a Ásia Menor. E foi nessa região que assentou o povo hebreu, um entre os muitos que vagaram e se estabeleceram na Palestina.

Organização social e política dos hebreus

Após a morte de Moisés, os hebreus chegaram à palestina e, sob a liderança de Josué, que cruza o rio Jordão, combate com os cananeus que então habitavam a terra prometida. Vencidos os cananeus, os israelitas se estabelecem na Palestina. Nessa época, o povo hebreu estava dividido em 12 tribos (“os doze filhos de Israel”), que viviam em clãs compostos pelos patriarcas, seus filhos, mulheres e trabalhadores não livres.

O poder e prestígio desses clãs eram personificados pelo patriarca, e os laços entre esses clãs eram muito frágeis. Porém, devido às lutas pelas conquistas de Canaã ou Terra Prometida, surgiu necessidade do poder e do comando estar nas mãos de chefes militares. Estes chefes passaram a ser conhecidos como Juizes.

Com a concentração do poder em suas mãos, os juizes procuraram à união das doze tribos, pois ela possibilitaria a realização do objeto comum: O domínio da Palestina. As principais lideranças deste período foram os juizes: Sansão, Otoniel, Gideão e Samuel, todos eram considerados enviados de Jeová, para comandar os Hebreus.

A união das doze tribos era difícil de ser conseguida e mantida, pois os juizes tinham um poder temporário e mesmo com a unidade cultural, (língua, costumes, e, principalmente religião), havia muita divisão política entre as tribos. Assim foi preciso estabelecer uma unidade política. Isto foi conseguido através da centralização do poder nas mãos de um monarca, Rei, o qual teria sido escolhido por Jeová para governar.

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